Cassiano
Branco (Lisboa, Portugal, 1897
– 1970).
Foi uma das
referências fundamentais da arquitectura modernista em Portugal que não se
limitou a projectar na capital, deixou a sua marca por todo o território
nacional. (…)
Fez parte de
uma geração que ficou para a história e foi para muitos “o melhor arquitecto
deles todos”. (…)
Conheceu os
maiores nomes da sua área profissional. Nasceram todos ao mesmo tempo e são do
mesmo curso. Eram realmente poucos, apenas cinco: Pardal Monteiro, Cristino da
Silva, Jorge Segurado, Carlos Ramos e Cassiano Branco.
Antes de dar
por terminado o curso, foi viajar. Ao contrário da geração de arquitectos da
sua época, Cassiano conclui o curso de arquitectura depois de ter ido à
Bélgica, Holanda, Paris e Londres.
Estas viagens foram determinantes na forma
como via a arquitectura no espaço urbano. Enquadrou a sua arquitectura na nossa
atmosfera, no nosso ambiente, na nossa cultura, na nossa relação com o espaço
e, inclusivamente, na nossa relação com o território.
Diplomado
aos 29 anos, destacou-se logo no início da carreira com os planos para o Éden
Teatro, que tinha a maior sala de teatro (e depois de cinema) da cidade. (…) Tornou-se
numa das escassas grandes obras da arquitectura moderna portuguesa.
A “art déco”
acompanhou-o durante grande parte da sua produção. Projectou um bairro de
moradias de luxo, construídas em Lisboa, na Av. António José de Almeida; o Café
Cristal, na Av. da Liberdade, etc.
Ainda na
década de 40, Cassiano e outros arquitectos da sua geração - como Cristino da Silva e Pardal Monteiro - projectaram prédios de baixo rendimento na zona do Areeiro. Esta
zona marcava uma situação urbana que era a da nova cidade salazarista, fruto da
economia colonialista. Ali pode considerar-se terminado o modernismo
arquitectural dos anos 20.
São dele o
Café Império, em Lisboa, o Hotel Britânia, também na capital, a esplanada do Café
Palladium, no Porto, e o estudo urbanístico para a Costa da Caparica.
Outras das suas obras: Portugal dos Pequeninos, Coliseu do Porto,
Hotel Vitória.
Fonte: Arqutectura Nacional
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Palavras de
Cassiano Branco: (há 80 anos!)
“A defesa anti-sísmica partilha da defesa
maior do património nacional, que para nós, habitantes de Lisboa, significa,
além dos tesouros que ao estado compete guardar e proteger, os bens que de mais
perto nos tocam, os nossos haveres e as nossas vidas. Proteger tais bens contra
toda a sorte de calamidades – e um terramoto como o de 1975 não é menos
calamitoso que uma guerra, por exemplo – é um dos atributos do governo:
corresponde, aliás, a um princípio moral defendido por todas as sabedorias e
por todas as religiões, pois que a vida humana, pela actividade espiritual que
representa, é objecto inestimável e faz parte integrante dessa obra imensa e
formidável da arquitectura que se chama Universo.”
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