domingo, 24 de janeiro de 2016

PIROLITO: BATE QUE BATE

 
 
 
 
 
 

PIROLITO:BATE QUE BATE - Semanário de humor e caricatura, publicou-se no Porto a partir de 24 de Janeiro de 1931 e ter-se-á mantido até Janeiro de 1934.

O Pirolito era propriedade de Oliveira Valença (1897-1978) que assumia também o cargo de Editor; da direcção do jornal cuidavam Arnaldo Leite (1886-1968) e Carvalho Barbosa (1884-1936), aos quais se associava o caricaturista Cruz Caldas (1898-1975).

A equipa não era desconhecida do público do Porto, quer por via das artes do palco, quer da própria imprensa. (…)
A preponderância do humor literário sobre o gráfico será filha da ligação da equipa com o teatro (comédia e revista).

Folheando o jornal descobrem-se assinaturas de muitos outros autores, mas na sua maioria não passam de pseudónimos. No que toca às artes, importa registar a presença de TOM (1906-1990) e de Octávio Sérgio (1896-1965). Nas letras, pode dar-se por garantida a colaboração de Heitor Campos Monteiro (1899-1936, sob a máscara de «José d´artimanhas», que assinava a crónica “Um ar da minha graça”. (…)

A brejeirice que impregnava as páginas do Pirolito também era uma forma de aliciar o leitor de resistir ao ambiente opressivo que emanava da ditadura militar, instalada desde Maio de 1926. De qualquer forma, o regime ainda não estava consolidado, embora levassem avanço as forças mais conservadoras e antidemocráticas.

Embora nada adiantasse sobre a sua missão, o Pirolito fez questão de clarificar a sua «inclinação política»: «O “Pirolito” afirma categoricamente a sua simpatia pelos homens da vanguarda e da retaguarda. Democrático – integralista, bolchevista, filiado no Centro Católico, monárquico do 31 de Janeiro e bravo republicano do Mindelo, o nosso jornal, sendo das esquerdas e das direitas, confessa a sua predilecção pelo centro.»

A agitação revolucionária que marcou o ano português de 1931, teve fraca ressonância no jornal. Nem a censura o permitia. Mas as alusões mais genéricas à ditadura e ao empobrecimento do país fizeram o tema de muitas capas. A actualidade internacional também mereceu tratamento, particularmente a implantação da república em Espanha (Abril).

O humor literário teve a sua atenção centrada na sociedade e nos costumes: a liberdade e a autonomia da mulher, a moda, a informalidade das relações, os espectáculos, etc.

 

Fonte: Hemeroteca Municipal de Lisboa (excertos)


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