quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

JOÃO DE BARROS – Historiador

 
 
 
 
 

João de Barros (Viseu, Portugal, 1496 – Pombal, Portugal, 1570).

(…) D. João III, logo que subiu ao trono, em 1521, concedeu a João de Barros o cargo de capitão da fortaleza de São Jorge da Mina, em África. No ano a seguir à sua nomeação, João de Barros partiu para assumir o seu posto, em África. (…)

Aquando da propagação da peste negra, em 1530, refugiou-se na sua quinta, em Ribeira de Alitém, próximo a Pombal. Regressou a Lisboa dois anos mais tarde, quando foi designado pelo rei para feitor da Casa das Índias e da Mina, uma posição de grande destaque e responsabilidade. (…)

Além de se dedicar à administração pública, João de Barros também interessou-se pelas letras. Muito influenciado pela filosofia humanista, Barros escreveu várias obras em que destacou a importância da língua como factor de fixação da soberania imperial. Segundo ele, a língua não é apenas uma realidade instrumental, mas um elemento que representa a consciência nacional e fortalece o sentimento de comunidade, sendo um elemento fundamental do modo de ser português.
Publicou, em 1540, a segunda gramática da língua portuguesa, sendo precedido, apenas, por Fernão de Oliveira. Intitulada Grammatica da Língua Portuguesa, a gramática de Barros foi a segunda obra publicada, em Portugal, com o objetivo de normatizar a língua, tal como era falada naquele tempo.(…)

João de Barros sempre apresentou um interesse pela pedagogia e o ensino. Um anos antes de publicar a referida gramática, já havia publicado uma cartilha conhecida como Cartinha de João de Barros. (…)

Além destas obras, que colaboraram para o ensino e a normalização da língua portuguesa, João de Barros também escreveu obras que exaltavam os feitos dos portugueses no mundo. A primeira, A Crónica do Imperador Clarimundo, publicada em 1522, exalta a história de Portugal, que é tratado como "a clareza do mundo", uma terra que representa "a mãe de todo o esforço". (…)

Em Décadas da Ásia, obra publicada em 4 volumes, sendo o primeiro de 1552, o autor narra as aventuras e as glórias do império português. É uma obra que impressiona pela sua riqueza informativa, narrando com muitos pormenores os feitos dos portugueses em África e, principalmente, na Ásia. (…)

É considerado um grande historiador devido à quantidade de informações sobre a história de Portugal que concentrou nos seus livros. (…)

Tendo-se endividado por causa da expedição fracassada de 1539, nunca conseguiria recuperar-se financeiramente, morrendo na mais completa miséria, sendo tantas as suas dívidas que os filhos renunciaram ao seu testamento.

 
 
Fonte: Centro Camões (excertos da biografia de João de Barros).
Imagem: retrato de João de Barros, in Décadas da Ásia, Lisboa, Ed. de 1777-1778.

 

 

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