Manuela de Azevedo (Lisboa, Portugal,1911).
Jornalista, escritora, poetisa e crítica de arte, escreveu
e publicou dezenas de livros de poesia, novelas, contos, biografias e peças de
teatro.
Foi a primeira
mulher a receber carteira profissional de jornalista em Portugal.
Iniciou a sua
vida jornalística em 1939, como redactora do diário República. Chefiou a redacção da Vida Mundial e pertenceu ao corpo redactorial do jornal Diário de Lisboa.
Colaborou em
numerosos periódicos portugueses e brasileiros.
Comemorou o seu 104º aniversário, em 31 de Agosto de
2015, com o lançamento do livro de contos, O
Pão que o Diabo Amassou.
Fundou e dirigiu a Casa-Memória
de Camões, em Constância.
Palavras de Manuela de Azevedo:
“Muito trabalhei no DN em artigos, reportagens e
investigação. Gostava de ir ao fundo das questões. Dá-me ideia de que hoje já
não se pensa assim. Há talvez uma certa leviandade.”
Subindo a Serra
Subir a serra
é sentir lá no cimo
a presença divina,
ter asas e ser pequenino.
Ver as minúsculas casas
ponteadas na paisagem,
sentir o vento a fustigar o corpo
e só querer chegar sempre mais alto,
o coração a soltar-se na aragem,
qual papagaio a que se solta o fio.
Subir a serra
é sentir lá no cimo
a presença divina,
ter asas e ser pequenino.
Ver as minúsculas casas
ponteadas na paisagem,
sentir o vento a fustigar o corpo
e só querer chegar sempre mais alto,
o coração a soltar-se na aragem,
qual papagaio a que se solta o fio.
Manuela
de Azevedo, in “O Canto das Fragas”
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