Aleksandr Blok (São Petersburgo, Rússia, 1880 – 1921).
Poeta, dramaturgo e ensaísta.
Viajou pela Alemanha, França e Itália. Aderiu, com entusiasmo, à Revolução de 1917, numa perspectiva místico-patriótica.
Cedo se revelou poeta original, apesar de ter aderido à corrente decadente do princípio do século XX, e de leves influências estrangeiras – de Verlaine, sobretudo.
É considerado o melhor representante do simbolismo russo.
Alguns dos seus livros: Versos para uma Bela Dama, Poemas da Bela Dama, Máscara de Neve, Os Doze, Ramsés.
Palavras de Aleksandr Blok:
“Infringir a tradição também é uma tradição.”
Versos para uma Bela Dama
No templo de naves escuras,
Celebro um rito singelo.
Aguardo a Dama Formosura
À luz dos velários vermelhos.
À sombra das colunas altas,
Vacilo aos portais que se abrem.
E me contempla iluminada
Ela, seu sonho, sua imagem.
Acostumei-me a esta casula
Da majestosa Esposa Eterna.
Pelas cornijas vão em fuga
Delírios, sorrisos e lendas.
São meigos os círios,Sagrada!
Doce o teu rosto resplendente!
Não ouço nem som, nem palavra,
Mas sei, Dileta – estás presente.
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