José Lins do Rego (Pilar, Paraíba, Brasil, 1901 – Rio de Janeiro, 1957).
Filho de uma tradicional família de produtores de açúcar, passou a infância no engenho Corredor, propriedade do avô materno, após a morte prematura de sua mãe. Essas vivências dos tempos de menino, em contacto com as tradições da sociedade nordestina açucareira, alimentaram grande parte da sua produção literária.
Entrou para a Faculdade de Direito, em 1919, na capital pernambucana. Foi nessa época que conheceu o escritor e sociólogo Gilberto Freyre, com quem travou uma amizade que lhe influenciou quanto à maneira de pensar a formação da sociedade brasileira.
Após tentar carreira na magistratura, como promotor público em Minas Gerais, José Lins do Rego transferiu-se para Maceió (AL), onde conheceu a elite de intelectuais da época: Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda, Jorge de Lima, Valdemar Cavalcanti, Aloísio Branco, Carlos Paurílio, dentre outros.
Seu primeiro romance foi publicado em 1932.
José Lins do Rego inaugurava com Menino de Engenho uma série de seis obras intitulada "Ciclo da cana-de-açúcar".
O primeiro romance foi seguido pela publicação de Doidinho, Bangüê, Moleque Ricardo, Usina e Fogo Morto (1943), todos dedicados à reconstrução de um detalhado painel do ocaso da produção açucareira no período após a abolição da escravidão no Brasil por meio de um discurso memorialístico.
Outros temas presentes em sua obra literária e relacionados ao universo nordestino foram o cangaço, a seca e o misticismo ou sebastianismo. Esses temas, unidos ao ciclo da cana-de-açúcar, deram ao escritor um perfil regionalista.
Ele trabalhou a temática do Nordeste brasileiro através de uma linguagem popular regional, o que conferiu à sua obra veracidade e autenticidade no tratamento das questões daquela realidade cultural.
Seu último romance, Cangaceiros, foi publicado em 1953.
Em 15 de Setembro de 1955, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, para ocupar a cadeira nº 25. No ano seguinte, fez sua última viagem a Paris (França), onde encontrou Gilberto Freyre e Cícero Dias. Foi a despedida dos amigos. De volta ao Brasil, lançou seu livro de memórias Meus Verdes Anos.
Alguns de seus livros foram adaptados para o cinema e teatro. Várias de suas obras também foram traduzidas para outros idiomas. O retrato histórico e memorialístico da tradicional sociedade açucareira constituído por José Lins do Rego ainda continua atual.
in “Mestres da Literatura”
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Palavras de José Lins do Rego:
“O pior não é morrer de fome num deserto: é não ter o que comer na Terra Prometida.”
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