AUGUSTO ABELAIRA
(Ançã,
Cantanhede, Portugal, 1926 - Lisboa, 2003)
Romancista,
dramaturgo, jornalista
Licenciou-se em Histórico-Filosóficas
pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1953). Foi professor
durante alguns anos, tendo-se dedicado posteriormente apenas à escrita, ou como
jornalista ou como ficcionista e dramaturgo e mais esporadicamente como
tradutor.
Desempenhou alguns cargos, entre outros: director das revistas Seara Nova (1969-1973) e Vida Mundial (1974-1975).
A sua estreia literária data de 1947 com um pequeno ensaio
«Sinceridade e falta de convicções na obra de Fernando Pessoa».
Recusado pelas editoras, por razões políticas, A Cidade das Flores foi publicado em
edição de autor (1959), tendo sido sucessivamente reeditado ao longo dos anos
(a última em 2004). Romance que marcou toda uma geração, Florença, cidade onde
se situa a narrativa, tornou-se uma «cidade abelairiana», como lhe chamam numerosos
leitores e amigos.
Como ficcionista publicou 11 obras,
tendo o seu último romance Nem Só Mas Também
sido publicado postumamente.
Como dramaturgo publicou três peças
de teatro, uma delas – A Palavra é de Oiro (1961) – foi proibida de
representação pela Comissão de Exame e Classificação dos Espectáculos.
A sua intervenção política data dos tempos da Faculdade (MUD
Juvenil), tendo integrado os movimentos de oposição ao regime. Em 1965 foi
preso por alguns dias juntamente com outros membros do júri que atribuiu o
Prémio da Novelística da Sociedade Portuguesa de Autores a Luandino Vieira, na
altura preso no Tarrafal.
Fez parte das tertúlias dos cafés
«Bocage», «Chiado», «Monte Carlo», entre outros, e mais tarde da «Nobreza» (a
figura de Carlos de Oliveira sempre presente mesmo quando já ausente) e da
«Cister».
in “Biblioteca Nacional de Portugal” (excertos)
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