MEMÓRIAS
É o memorialismo um género
de literatura que, na generalidade, abrange a biografia, o ensaio, a crítica
literária, o diário íntimo, etc., mas particularmente circunscrito aos livros
de Memórias.
Relativamente à literatura estrangeira, ficaram particularmente
célebres as Memórias d´Outubre-Tombe
(1809-1848), de Chateaubriand, bem como as de outros autores franceses,
nomeadamente Saint-Simon, La Rochefoucaud e Mauriac, este, autor de Mémoires Intérieures, em dois volumes,
feitas de comentários a homens e a escritores no dia-a-dia do romancista.
Quanto à literatura portuguesa e às obras que se inserem no género memoralista,
são exemplos acabados desse tipo de manifestação literária, as Memórias do Cárcere, de Camilo Castelo
Branco; Livro de Memórias, de
Teixeira de Pacoaes; Diário de João
Chagas; Tempos de Coimbra, Memórias
de Estudante, de Alexandre Cabral; Memórias,
de Raul Brandão e outros.
As Memórias constituem
preciosas fontes históricas, embora o autor, na maior parte dos casos,
encontrando-se nelas envolvido por questões de opinião ou de ideologia, as
possa deformar. Têm maior mérito aquelas em que a verdade e o génio do autor
sejam bem evidentes.
Alguns dos livros
apontados como os melhores da nossa literatura memoralista giram à volta das
crónicas dos nossos reis, narrativas de viagens e itinerários.
in “Dicionário da Literatura Portuguesa”
Imagem: pintura de António Carmo
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