UMA
GATA BORRALHEIRA MODERNA
«Nenhuma publicidade prévia
podia ter previsto o tremendo impacto que esta mulher de corte goyesco causaria
num público mimado pelas delícias de Maria Callas e Joan Sutherland. Quando
Caballé iniciou a sua primeira ária, houve uma mudança perceptível no ambiente.
Pareceu por um momento que toda a gente tinha deixado de respirar.»
Assim se expressa a
crónica de um jornal da cidade dos arranha-céus no dia seguinte ao da estreia
da soprano espanhola Montserrat Caballé no Metropolitan de Nova Iorque.
A
particularidade do feliz acontecimento reside em que a soprano que devia actuar
naquela noite não era a Caballé, mas a sua célebre colega american Marilyn
Horne, a quem substituiu por indisposição desta. Interpretou um dos papéis mais
exigentes do repertório: a protagonista de Lucrezia
Borgia, de Donizetti.
O brilho com que a soprano interpretou o papel foi o início de uma
carreira internacional que neste mesmo ano, 1965, lhe permitiu apresentar-se em
Glyndebourne e, depois, no La Scala e no Covent Garden.
in “Crónica da Música”
Imagem: Montserrat Caballé (Foto: Reuters)
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