segunda-feira, 27 de novembro de 2017

UMA GATA BORRALHEIRA MODERNA




UMA GATA BORRALHEIRA MODERNA

«Nenhuma publicidade prévia podia ter previsto o tremendo impacto que esta mulher de corte goyesco causaria num público mimado pelas delícias de Maria Callas e Joan Sutherland. Quando Caballé iniciou a sua primeira ária, houve uma mudança perceptível no ambiente. Pareceu por um momento que toda a gente tinha deixado de respirar.»

Assim se expressa a crónica de um jornal da cidade dos arranha-céus no dia seguinte ao da estreia da soprano espanhola Montserrat Caballé no Metropolitan de Nova Iorque. 

A particularidade do feliz acontecimento reside em que a soprano que devia actuar naquela noite não era a Caballé, mas a sua célebre colega american Marilyn Horne, a quem substituiu por indisposição desta. Interpretou um dos papéis mais exigentes do repertório: a protagonista de Lucrezia Borgia, de Donizetti. 

O brilho com que a soprano interpretou o papel foi o início de uma carreira internacional que neste mesmo ano, 1965, lhe permitiu apresentar-se em Glyndebourne e, depois, no La Scala e no Covent Garden.


in “Crónica da Música”

Imagem: Montserrat Caballé  (Foto: Reuters)

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