Cancioneiro
Popular (XV) – Cantigas do Trabalho
Ceifeiro
O
que dirá meu amor
Amanhã
em me avistando:
-
Ora adeus, como passaste,
Onde
é que andaste ceifando?
Corticeiro
Não
há vida mais bonita.
Que
a vida do corticeiro:
Anda
de ramo em ramo
e
de sobreiro em sobreiro.
Ferreiro
Todos
me lavam a cara
Que
o meu amor é ferreiro
Deixa-o
lá bater o ferro...
Quem
tem ferro tem dinheiro.
Lavadeira
Fui
lavar ao rio turvo,
Escorregou-me
o sabão,
Abracei-me
com as tosas,
Ficou-me
o cheiro na mão.
Lavrador
Hei-de
namorar, cantando.
Um
filho dum lavrador:
Quem
anda ao frio e anda à calma
Goza
sempre a mesma cor!
Cancioneiro Popular Português de J. Leite
de Vasconcellos
Imagem: Costa Araújo (1947), artista plástico português.
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