O patriota: uma velha história
No meu caminho murtas, muitas murtas:
Do casario os telhados levantar-se e balançar pareciam.
Das igrejas as torres flamejavam, tantas as bandeiras tremulando.
Completa um ano essa celebração.
Nevoento o ar aos sinos se fundia,
Com a multidão as velhas paredes se abalaram.
Dissesse eu: “Boa gente, a quem um simples ruído não contenta -
O vosso sol dai-me além dos horizontes!”
Seguramente seria eu atendido. E depois, como seria?”
Pobre de mim! Caberia a mim ao sol me dirigir
A fim de aos meus amados amigos trazê-lo.
Se eu próprio não o fizesse, quem deles o faria?
Vede, agora, em mim os frutos que colhi
Hoje mesmo, após um ano.
Por cima do casario é só deserto
Salvo um pequeno grupo que se fez notado nas janelas.
Decerto está por vir o melhor da festa:
No Portão do Matadouro – ou antes, creio eu,
Junto aos pés do cadafalso.
Pela chuva
caminho inutilmente
Rasga meus pulso uma corda.
Na dor sinto que também sangra minha fronte.
A bel-prazer pedras me arremessam por causa dos
Meus pecados daquele ano.
Assim, lá entrei. Assim se cumpriu!
Nas vitórias, me consagra, reverente, o povo.
“Pago fostes pelo mundo, o que Me deveis?”
Pergunta Deus. Não é bem assim.
A Deus cabe justo preço. Agora, me sinto mais seguro.
Rasga meus pulso uma corda.
Na dor sinto que também sangra minha fronte.
A bel-prazer pedras me arremessam por causa dos
Meus pecados daquele ano.
Assim, lá entrei. Assim se cumpriu!
Nas vitórias, me consagra, reverente, o povo.
“Pago fostes pelo mundo, o que Me deveis?”
Pergunta Deus. Não é bem assim.
A Deus cabe justo preço. Agora, me sinto mais seguro.
Tradução:
Cunha e Silva Filho
Imagem: fotografia de Norbert Piechula
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