terça-feira, 4 de novembro de 2014

Tomás Ribeiro

 
 
 
 
 

Tomás Ribeiro (Tondela, Portugal, 1831 – Lisboa, Portugal, 1901).

Foi poeta, escritor, jornalista e político.

Exerceu diversos cargos públicos, entre os quais se destacam: ministro do Reino, ministro da Justiça, ministro das Obras Públicas, embaixador no Brasil, secretário-geral da Índia, deputado pelo partido Regenerador.

Em 1862 foi admitido na Academia Real das Ciências de Lisboa.

No mesmo ano, publicou o poema D. Jaime ou a dominação de Castela.

Fundou os jornais políticos Repúblicas, O Imparcial e A Opinião.

Tornou-se conhecido, partilhando da estética ultra-tomântica.

 
 
Palavras de Tomás Ribeiro:
 




Bençãos

 

 Bem hajas, oh luz do sol,
Dos órfãos agasalho e manto,
Imenso, eterno farol
Deste mar largo de pranto!

Bem hajas, água da fonte,
Que não desprezas ninguém!
Bem haja a urze do monte,
Que é lenha de quem não tem!

Bem hajam rios e relvas,
Paraíso dos pastores!
Bem hajam aves das selvas,
Música dos lavradores!

Bem haja o reino dos céus,
Que aos pobres dá graça e luz!
Bem haja o templo de Deus,
Que tem sacramento e cruz!

Bem haja o cheiro da flor,
Que alegra o lidar campestre;
E o regalo do pastor,
A negra amora silvestre!

Bem haja o repouso à sesta
Do lavrador e da enada;
E a madressilva modesta,
Que espreita à beira da estrada!

Triste de quem der um ai
Sem achar eco em ninguém!
Felizes os que têm pai,
Mimosos os que têm mãe!


 

Tomás Ribeiro

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