Mário Beirão (Beja, Portugal,
1890 – Lisboa, Portugal, 1965).
Poeta
inserido na corrente literária e filosófica do saudosismo, publicou o seu
primeiro livro intitulado: O Último
Lusíada.Foi um dos colaboradores da revista “A Águia”.
Algumas
das suas obras: Ausente, Lusitânia, A
Noite Humana, Pão da Ceia.
O
tema dominante da sua obra é o Alentejo, com as suas paisagens e as suas gentes.Hernâni Cidade, crítico literário e historiador, considerou Mário Beirão como “o maior de todos depois de Pascoaes, o grande revelador da alma nostálgica.”
Enlevo
Porque esse olhar de sombra de temor
Se perde em mim, às horas do sol posto,
Quando é de âmbar translúcido o teu rosto,
E a tua alma desmaia como flor;
Se perde em mim, às horas do sol posto,
Quando é de âmbar translúcido o teu rosto,
E a tua alma desmaia como flor;
Porque essas mãos, ardidas de fervor,
Ampararam minha vida de desgosto,
Pobre que sou, Mulher, eu hei composto
Harmonias de prece em teu louvor!
Ampararam minha vida de desgosto,
Pobre que sou, Mulher, eu hei composto
Harmonias de prece em teu louvor!
Dei-te a minha alma para ti nascida,
Meus versos que são mais que a minha vida;
Por Deus, perdoa ao mísero mendigo!
Meus versos que são mais que a minha vida;
Por Deus, perdoa ao mísero mendigo!
Perdoa a quem, ansioso de outro mundo,
Implora à Morte o sono mais profundo,
Só pela graça de sonhar contigo!
Implora à Morte o sono mais profundo,
Só pela graça de sonhar contigo!
Mário
Beirão, in
“366 Poemas que falam de amor”, antologia organizada por Vasco Graça
Moura.
Grande Poeta, seus sonetos são ricos e lindíssimos!! Parabéns!!
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