domingo, 9 de novembro de 2014

Giovanni Boccaccio

 
 
 
 
 
 

Giovanni Boccaccio (1313-1375) nasceu em Certaldo, Florença, Itália.

Foi um importante humanista renascentista, considerado o primeiro realista da literatura universal.

Foi um dos três grandes escritores que surgiram na cena italiana durante o fim do século XIII e o princípio do século XIV, que elevaram a literatura italiana ao seu ponto mais alto. Os outros dois escritores foram Dante e Petrarca.

Compôs, em latim, dois tratados e um dicionário.

Foi o autor da primeira biografia de Dante.

Em 1353, publicou, em dialecto toscano, Decameron, a sua mais importante obra. O título tem etimologia grega e significa dez dias.

Começou a ser escrita em 1348, ano da peste bubónica que devastou a cidade de Florença. É um conjunto de cem histórias que criticam os hábitos da época. As autoridades religiosas e a censura combateram-na implacavelmente.

 

 
Palavras de Giovanni Boccaccio:

 "Num voo de pombas brancas, um corvo negro junta-lhe um acréscimo de beleza que a candura de um cisne não traria."
 
 

Excerto de Decameron, no qual Boccaccio explana a situação dramática que dizimou grande parte da população italiana e da Europa:
 
(…) Afirmo, portanto, que tínhamos atingido já o ano bem farto da Encarnação do Filho de Deus de 1348, quando, na mui excelsa cidade de Florença, cuja beleza supera a de qualquer outra da Itália, sobreveio a mortífera pestilência.
Por iniciativa dos corpos superiores ou em razão de nossas iniquidades, a peste atirada sobre os homens por justa cólera divina e para nossa exemplificação, tivera início nas regiões orientais, há alguns anos.
Tal praga ceifara, naquelas plagas, uma enorme quantidade de pessoas vivas. Incansável, fora de um lugar para outro; e estendera-se, de forma miserável, para o Ocidente.
Os homens se evitavam [...] parentes se distanciavam, irmão era esquecido por irmão, muitas vezes o marido pela mulher; ah, e o que é pior e difícil de acreditar, pais e mães houve que abandonaram os filhos à sua sorte, sem cuidar deles e visitá-los, como se fossem estranhos. (…)
 
Giovanni Boccaccio, in “Decameron”
 

 
                              

 

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