Paul Verlaine (Metz, França, 1844
– Paris, França, 1896).
Considerado
um “poeta maldito” foi o grande precursor do simbolismo, cujas características
principais são a importância da musicalidade, o gosto pelo preciosismo das
palavras, a enfase em temas místicos, imaginários e subjectivos.
Em
1866, publicou o seu primeiro livro de poesia, Poemas Saturninos.
Vinte
anos depois, publicou Os Poetas Malditos,
uma obra controversa, composta por biografias de poetas, contos e versos
sagrados e profanos.
Juntamente
com os poetas Stéphane Mallarmé e Charles Baudelaire, formou o grupo dos
chamados "Decadentes".
Poucos
dias antes de falecer, publicou o seu último poema, Morte.
Na fase final da sua dramática vida, Paul
Verlaine foi eleito “Príncipe dos Poetas franceses”.
Palavras
de Paul Verlaine:
"A
independência foi sempre o meu desejo, a dependência foi sempre o meu
destino."
A
Angústia
Nada em ti me comove, Natureza, nem
Faustos das madrugadas, nem campos fecundos,
Nem pastorais do Sul, com o seu eco tão rubro,
A solene dolência dos poentes, além.
Faustos das madrugadas, nem campos fecundos,
Nem pastorais do Sul, com o seu eco tão rubro,
A solene dolência dos poentes, além.
Eu rio-me da Arte, do Homem, das canções,
Da poesia, dos templos e das espirais
Lançadas para o céu vazio plas catedrais.
Vejo com os mesmos olhos os maus e os bons.
Da poesia, dos templos e das espirais
Lançadas para o céu vazio plas catedrais.
Vejo com os mesmos olhos os maus e os bons.
Não creio em Deus, abjuro e renego qualquer
Pensamento, e nem posso ouvir sequer falar
Dessa velha ironia a que chamam Amor.
Pensamento, e nem posso ouvir sequer falar
Dessa velha ironia a que chamam Amor.
Já farta de existir, com medo de morrer,
Como um brigue perdido entre as ondas do mar,
A minha alma persegue um naufrágio maior.
Paul Verlaine, in "Melancolia"
Tradução: Fernando Pinto do Amaral
Como um brigue perdido entre as ondas do mar,
A minha alma persegue um naufrágio maior.
Paul Verlaine, in "Melancolia"
Tradução: Fernando Pinto do Amaral
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