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FLAUTA MÁGICA – Um conto de fadas maçónico
As duas últimas óperas de
Mozart foram a ópera séria A clememência
de Tito, estreada em Praga a 6 de Setembro de 1791, e o singspiel A flauta mágica, estreada com grande sucesso a 30 do mesmo mês no
“Theater auf der Wieden”.
Este último local, situado nos arredores da cidade e
de público maioritariamente popular, era propriedade de Emanuel Schikaneder,
que, além de director do teatro, era cantor, actor e dramaturgo. É seu o
libreto de A flauta mágica, para o
qual se inspirou em numerosas fontes, desde textos contemporâneos de Liebeskind
ou Jean Terrasson até contos de fadas tradicionais.
A história narra o
itinerário vital do jovem Tamino seguindo o seu amor, Pamina, filha da desleal
Rainha da Noite. Esta, através de enganos, incita Tamino a enfrentar Sarastro,
que é um homem santo e pai de Pamina. Tamino descobrirá o engano e tanto ele
como o seu companheiro, Papageno, encontrarão o amor em companhia das suas
respectivas amadas.
A obra deve interpretar-se como uma elaborada alegoria sobre um dos temas maçónicos por excelência: a procura da harmonia e a
transcendência da alma.
Sob o ponto de vista musical, A flauta mágica é a soma de numerosas referências estilísticas,
entre as quais são de citar a simbologia maçónica, já mencionada, outros singspiel da época e as formas
contrapontísticas inspiradas por Bach.
in “Auditorium – Cinco
Séculos de Música Imortal”
Imagem: cena de A flauta mágica
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