quarta-feira, 20 de julho de 2016

KARL JASPER – Filósofo





Karl Jasper (Oldemburgo, Alemanha, 1883 – Basileia, Suíça, 1969).

Foi um dos grandes nomes do pensamento filosófico do século XX.

Começou por se licenciar em Medicina, dirigindo os seus interesse para o campo psiquiátrico e publicando mesmo um estudo sobre psicopatologia. Posteriormente dedicou-se à especulação filosófica, ao longo de uma obra rica de perspectivas, em que sobressaem como marcos principais os três volumes de Filosofia, Razão e Existência, Sobre a Origem e o Propósito da História e Introdução à Filosofia.

Professor na Universidade de Heidelberga, foi demitido em 1937 pelo regime nazi a que sempre se opusera. Após a libertação ( e no período que decorre até à sua fixação na Suíça), dirigiu um curso sobre a responsabilidade do povo alemão nos crimes do nacional-socialismo, publicando depois em livro sob o título A Questão da Culpa, que lhe valeu em 1948 o “Prémio da Paz” dos editores alemães. Na mesma altura, participava no Encontro Internacional de Genebra subordinado ao tema «O Espírito Europeu», onde afirmaria: 

A liberdade só se realiza na comunidade de todos. Só posso ser livre na medida em que todos o forem também.

A Bomba Atómica e o Futuro dos Homens, que publica em 1958 e a que é atribuído o “Prémio Internacional da Paz” vem documentar de novo o interesse de Jaspers pelos problemas do mundo contemporâneo; o que é comprovado também pela atitude crítica que por diversas vezes tomou, nos últimos anos, face ao governo da Alemanha Federal e o seu excessivo nacionalismo.

Profundamente influenciado pela obra de Kierkgaard, Jaspers será um dos criadores do pensamento existencialista, a que deu uma formulação muito pessoal.

Ao lado do filósofo francês Gabriel Marcel – de quem aliás se separa na resposta a alguns problemas fundamentais – estará na origem do «existencialismo cristão», assim chamado por oposição ao agnosticismo patente no ramo do pensamento existencial que, passando por Heidegger, virá a ter no primeiro Sartre o mais lúcido e importante dos doutrinadores.



in “Vida Mundial”- nº 1503 de 4 de Março de 1969.





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