António
Maria Lisboa (Lisboa, Portugal, 1928 – 1953).
Foi com Mário
Cesariny de Vasconcelos o iniciador do movimento surrealista em Portugal, tendo
colaborado, em 1949, na primeira manifestação pública do Movimento Surrealista
e na Primeira Exposição Surrealista Portuguesa.
Publicou em 1952
a conferência-manifesto Erro Próprio.
Esteve por duas vezes em Paris (1949 e 1951), onde se iniciou nas práticas
ocultistas.
Colaborou no jornal “República” e na revista “A Árvore”.
Publicou os
volumes de poemas Ossóptico, Isso ontem Único e Afixação Proibida.
Vieram a lume,
póstumos, A Verticalidade e a Chave, Exercício sobre o Sonho e a Vigília de Alfred Jarry, seguido de O Senhor Cágado e o Menino.
A forma
automática da sua produção poética esconde um lirismo de profunda e visionária
seriedade.
in "Portugal Século XX".
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Que
pensar destes poemas
Que pensar destes poemas: mundo sem classificações,
esquemas, meios diversos e opostos de ser e conhecer,
de se comportar e fazer comportar, de amar e ser amado,
pulverizando as escalas, aparências,
arbitrariedades dialécticas do Bem e do Mal,
da sua reversibilidade, da sua interconexão?
- Porque funde num só corpo:
porque contém a Lei e contém o que destrói a Lei,
é o Paradoxo a forma do Saber Oculto.
in “A Verticalidade
e a Chave”
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