Adalberto
Alves (Lisboa, Portugal,
1939)
Arabista, poeta, ensaísta,
Adalberto Alves licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa.
No início
da década de 80 começa a dedicar-se ao estudo da Civilização Árabe, um
interesse para o qual despertara ainda em criança. Aprendeu a língua árabe, e
desde então nunca mais abandonou a investigação nesse campo.
A obra Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa,
de sua autoria, lançada em Lisboa em Outubro de 2013, com o apoio do Camões,
IP, é o resultado de uma investigação aprofundada em torno das palavras
portuguesas de origem árabe.
O trabalho de pesquisa de
Adalberto Alves sobre a cultura árabe, materializado numa extensa bibliografia
(mais de 30 livros), valeu-lhe em 2008 o reconhecimento da UNESCO, com a
atribuição do Prémio Internacional Sharjah, por ter “inspirado muitos
escritores portugueses e espanhóis (um deles o romancista Pedro Plasencia,
autor de “El Tiempo de los Cerezos”) a divulgar a história da cultura árabe do
Gharb al-Andalus”.
in “Camões – Instituto da Cooperação e da Língua”
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Palavras
de Adalberto Alves
“O meu coração é árabe”
como se à noite o mar…
numa estranha rota iluminada
deixasse livre o sonho esvoaçar:
os rostos que se foram, em parada,
em
silêncio nos vêm visitar.
sob chuva distante e torturada
que na nossa tristeza deixa os sais,
rostos amados na sua desfilada,
vão-nos dizendo devagar: jamais!
como se à noite o mar…
me forçasse a perguntar, oh mágoa,
nesta fria margem de ilusão
porque correm os dias como água,
se
não passam nem nunca passarão?
silente carícia de uma ignota mão
que marcas nas faces o signo da lua
abre-me a alma, fecha-me a razão
dá-me
aquela Presença que é só Tua.
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