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Os
Cinco Sentidos
VER
São
belas - bem o sei, essas estrelas;
Mil
cores - divinais têm essas flores;
Mas
eu não tenho, amor, olhos para elas:
Em toda a natureza
Não vejo outra beleza
Senão a ti… a ti!
OUVIR
Divina
– ai, sim será a voz que afina
Saudosa
- na ramagem densa, umbrosa,
Será;
mas eu do rouxinol que trina
Não oiço a melodia,
Nem sinto outra harmonia
Senão a ti…
a ti!
CHEIRAR
Respira
- n'aura que entre as flores gira
Celeste
- incenso de perfume agreste:
Sei...
não sinto: minha alma não aspira,
Não percebe, não toma
Senão o doce aroma
Que vem de
ti.. de ti!
GOSTAR
Formosos
- são os pomos saborosos
É
um mimo - de néctar o racimo;
E
eu tenho fome e sede... sequiosos,
Famintos meus desejos
Estão... mas é de beijos,
É só de ti…
de ti!
PALPAR
Macia
- deve a relva luzidia
Do
leito - ser por certo em que me deito.
Mas
quem ao pé de ti, quem poderia
Sentir outras carícias,
Tocar noutras delícias
Senão a ti…
em ti!
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