AMÁLIA RODRIGUES
(Lisboa, Portugal, Julho de 1920 – Outubro de 1999)
É GÉNIO MESMO!
É GÉNIO MESMO!
Os Portugueses não têm a noção da qualidade musical de Amália Rodrigues. Um reportório que ninguém suspeitava no mundo que existisse antes dela. Estamos a falar de génio, já não é só talento, é génio mesmo, é fazer uma dramaturgia completa com o texto que tem à frente. A Amália a cantar é muito mais erudita do que qualquer cantor erudito português.
A Amália tem meios vocais como eu não encontro em mais nenhum cantor.
Estas coisas da música não são só éter, um dó é um dó, um ré é um ré, há uma maneira científica de apurar isto, e a Amália tinha capacidades vocais de afinação, de legato, até de coloratura, que é uma maneira de ornamentar o canto, que não há outro cantor popular que tenha, ela não o aprendeu, ela nasceu assim, mas tem.
Ela tinha noção que o fado, que é sobretudo poesia, se não for compreendido, se as palavras não forem compreendidas, torna-se maçador. Para o fado acontecer ele não pode ser assim tão repetido.
Frederico Santiago, pesquisador e coordenador das edições discográficas de Amália Rodrigues.
Imagem: fotografia de Augusto Cabrita
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