AMÁLIA RODRIGUES
(Lisboa, Portugal, Julho de 1920 – Outubro de 1999)
INFLUÊNCIAS ÁRABES
Introduziu um tipo muito particular de energia na forma de cantar o fado e destacou as influências árabes no prolongamento das vogais. As raízes desta sua maneira de cantar encontram-se na Beira Baixa:
“Eu não fiz nada, não aprendi nada, não ouvi ninguém cantar. Ouvi a minha mãe, que não tem nada a ver com o fado, nem as minhas tias, sempre a cantarem cantigas da Beira Baixa. Acho até que aquilo que eu tenho na massa do sangue é a maneira de cantar da Beira Baixa.”
(Amália Rodrigues)
e na vocalização andaluza e argentina:
“Mas onde comecei a aprender mais cantigas foi no cinema. Era muito novita e lá de quinze em quinze dias ia para a geral a dez tostões, os chamados lugares de pontapé nas costas, dos cinemas de Alcântara: o Eden, o Promotora. Via os filmes de Carlos Gardel e cantava os tangos todos: Melodia de Arrabal, Mi Buenos Aires Querido e aquele que eu gostava mais, Silencio en la noche.
Cantava sem perceber, embora tirasse algumas palavras quando eram parecidas com o português. Cantava e gostava de me ouvir cantar. Eu cantava e agradava-me o que saía.”
Cantava sem perceber, embora tirasse algumas palavras quando eram parecidas com o português. Cantava e gostava de me ouvir cantar. Eu cantava e agradava-me o que saía.”
(Amália Rodrigues)
in “O Português através dos seus textos” – Academia Press
Imagem: pintura de Meiro Gomes
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