AMÁLIA RODRIGUES
(Lisboa, Portugal, Julho de 1920 – Outubro
de 1999)
Amália sempre ficou
conhecida como uma mulher da noite e Hugo Ribeiro lembra que era apenas nessa
altura do dia que Amália gravava: "Às 20.00/21.00 é que ela começava a
aquecer a voz. De dia era muito raro ela gravar e quando o fazia raramente se
aproveitava", disse.
Como técnico de som de
grande parte da obra de Amália gravou vários temas que nunca foram editados:
"Ela quando não gostava dizia para apagar, mas, se eu achasse que era bom,
não apagava."
Alguns desses inéditos foram reunidos em 1997 no disco Segredo, que contém gravações dos anos
60 e 70 que Hugo Ribeiro guardou, sem ninguém saber. Um dia mostrou a Rui
Valentim de Carvalho e depois a Amália: "Foi nesse dia que a vi chorar
mesmo", lembrou.
Contou ainda que tem
"um disco inteiro de inéditos, só com canções de filmes antigos que a
Amália gravou". O disco nunca foi lançado porque "havia dúvidas
quanto ao coro em dois temas". Hugo Ribeiro referiu que este disco
"era para ser uma coisa mais popular, mas não soava a popular".
Em estúdio, Amália
"não tinha aquela postura séria, já com tudo ensaiado". O dia-a-dia
de gravações "começava pelas 17.00 com ensaios. Às 20.00 jantávamos a
comida trazida por ela".
E do que é que gostava Amália? "Das comidas
de quando ela era pobre, como o arroz de bacalhau ou os carapaus de escabeche,
mas também trazia queijos da serra." O champanhe também era uma presença
regular em estúdio: "Se as gravações corressem bem ela distribuía
champanhe por mim, pelos guitarristas e pelo Rui Valentim de Carvalho."
in “Portal do Fado”
Sem comentários:
Enviar um comentário