sexta-feira, 7 de julho de 2017

AMÁLIA – Segredo

 
 
 
 
AMÁLIA RODRIGUES
(Lisboa, Portugal, Julho de 1920 – Outubro de 1999)

 SEGREDO

Amália sempre ficou conhecida como uma mulher da noite e Hugo Ribeiro lembra que era apenas nessa altura do dia que Amália gravava: "Às 20.00/21.00 é que ela começava a aquecer a voz. De dia era muito raro ela gravar e quando o fazia raramente se aproveitava", disse.

Como técnico de som de grande parte da obra de Amália gravou vários temas que nunca foram editados: "Ela quando não gostava dizia para apagar, mas, se eu achasse que era bom, não apagava."
Alguns desses inéditos foram reunidos em 1997 no disco Segredo, que contém gravações dos anos 60 e 70 que Hugo Ribeiro guardou, sem ninguém saber. Um dia mostrou a Rui Valentim de Carvalho e depois a Amália: "Foi nesse dia que a vi chorar mesmo", lembrou.

Contou ainda que tem "um disco inteiro de inéditos, só com canções de filmes antigos que a Amália gravou". O disco nunca foi lançado porque "havia dúvidas quanto ao coro em dois temas". Hugo Ribeiro referiu que este disco "era para ser uma coisa mais popular, mas não soava a popular".

Em estúdio, Amália "não tinha aquela postura séria, já com tudo ensaiado". O dia-a-dia de gravações "começava pelas 17.00 com ensaios. Às 20.00 jantávamos a comida trazida por ela".
E do que é que gostava Amália? "Das comidas de quando ela era pobre, como o arroz de bacalhau ou os carapaus de escabeche, mas também trazia queijos da serra." O champanhe também era uma presença regular em estúdio: "Se as gravações corressem bem ela distribuía champanhe por mim, pelos guitarristas e pelo Rui Valentim de Carvalho."

 

in “Portal do Fado”

 

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