segunda-feira, 16 de abril de 2018

FRANÇOIS VILLON - Balada das Mulheres de Paris



FRANÇOIS VILLON
(Paris,  França, 1431 — desaparecido em 1463)
Poeta

***
Levou vida boémia de estudante indisciplinado, e tudo indica que se tenha ligado a um bando de malfeitores. Arriscou-se assim, e por várias vezes, a ir para a forca.
Pela força de sua inspiração e a sinceridade de sua emoção, Villon é considerado, em termos cronológicos, o primeiro dos grandes poetas líricos modernos franceses.


in “Larousse”
***

Balada das Mulheres de Paris

Que sejam boas linguareiras
Florentinas e Venezianas,
Para servir de mensageiras,
Também Lombardas e Romanas,
E as Genovesas e as Toscanas.
Aqui vos garante quem diz
(Em que pese às Sicilianas):
Para a boca, só de Paris.

Em bem falar serão vezeiras,
Doutoras, as Napolitanas.
Como boas cacarejeiras
As de Bruges e as Alamanas.
Que sejam Gregas ou Troianas,
E de Hungria ou de outro país,
Aragonezas, Castelhanas;
Para a boca, só de Paris.


Bretãs, Suíças, más palradeiras.
Mais Gascoas e Toulousanas:
Um par das nossas regateiras
Cala-as logo e às Alsacianas,
Às ingresas como às Renanas
(É bastante a lista que eu fiz?),
E às Picardas e às Sabolanas:
Para a boca, só de Paris.


Senhor, às damas mais maganas
O prémio deveis dar, feliz.
Por mais que valham Italianas
- Para a boca, só de Paris.



Tradução: Jorge de Sena

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