MARIA ALBERTA MENÉRES
(Vila Nova de Gaia, Portugal,
1930)
Professora, jornalista, escritora
Tem uma vasta obra poética, estando representada em várias
antologias literárias nacionais e estrangeiras. Foi professora dos Ensinos
Básico e Secundário nas disciplinas de Língua Portuguesa e História.
É autora
de inúmeros programas televisivos para crianças, tendo sido Directora do
Departamento de Programas Infantis e Juvenis da RTP de 1974 a 1986.
Publicou
mais de 69 livros para crianças (contos, poesia, BD, teatro e novela).
Em 1986,
recebeu o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças
"pelo conjunto da sua obra literária e pela manutenção de um alto nível de
qualidade".
in “Porto Editora” (excerto)
***
As pedras
As pedras falam? pois falam
mas não à nossa maneira,
que todas as coisas sabem
uma história que não calam.
Debaixo dos nossos pés
ou dentro da nossa mão
o que pensarão de nós?
O que de nós pensarão?
As pedras cantam nos lagos
choram no meio da rua
tremem de frio e de medo
quando a noite é fria e escura.
Riem nos muros ao sol,
no fundo do mar se esquecem.
Umas partem como aves
e nem mais tarde regressam.
Brilham quando a chuva cai.
Vestem-se de musgo verde
em casa velha ou em fonte
que saiba matar a sede.
Foi de duas pedras duras
que a faísca rebentou:
uma germinou em flor
e a outra nos céus voou.
As pedras falam? pois falam.
Só as entende quem quer,
que todas as coisas têm
uma coisa para dizer.
tremem de frio e de medo
quando a noite é fria e escura.
Riem nos muros ao sol,
no fundo do mar se esquecem.
Umas partem como aves
e nem mais tarde regressam.
Brilham quando a chuva cai.
Vestem-se de musgo verde
em casa velha ou em fonte
que saiba matar a sede.
Foi de duas pedras duras
que a faísca rebentou:
uma germinou em flor
e a outra nos céus voou.
As pedras falam? pois falam.
Só as entende quem quer,
que todas as coisas têm
uma coisa para dizer.
Uma maravilha de poema. Obrigada pela partilha!
ResponderEliminarO que quer dizer o poema
ResponderEliminar