Uma alegria plenamente justificada
A 30 de Dezembro de 1905 sobe à cena do vienense "Theater na der Wien" a opereta A viúva
alegre, de Franz Lehár. Trata-se, sem dúvida, da pior data do ano para uma
estreia, mas é tal a desconfiança dos empresários do teatro («esta obra é, na
verdade, demasiado inovadora e demasiado original no seu género», sustentava a
direcção), que, convencidos do desaire, decidem recorrer a todos os meios ao
seu alcance para que este se produza.
No entanto, e para surpresa de todos, excepto do
compositor e dos intérpretes, a opereta obtêm um êxito clamoroso.
O final do 1.º acto, por exemplo, teve de repetir-se
três vezes. A obra mantém-se em cartaz durante todo um mês com o rótulo de
«esgotado». A partir desse momento, o seu autor, Lehár, será considerado o
autêntico sucessor de Johann Strauss II.
in “Crónica da Música”
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