T.S. ELIOT
(EUA, 1888 - Inglaterra, 1965)
Poeta, dramaturgo
***
O Nome dos Gatos
Dar nome aos gatos é assunto
complicado,
Não é apenas um jogo que
divirta adolescentes;
Podem pensar, à primeira
vista, que sou doido desvairado Quando eu digo, um gato deve ter TRÊS NOMES DIFERENTES.
Primeiro, temos o nome que a
família usa diariamente, Como Pedro,
Augusto, Alonso ou Zé Maria,
Como Vitor ou Jonas, Jorge ou
Gui Clemente –
Todos nomes sensíveis para o
dia-a-dia.
Há nomes mais requintados se
pensam que podem soar melhor,
Alguns para os cavalheiros,
outros para titia:
Como Platão, Demetrius,
Electra ou Eleonor –
Mas todos eles são sensíveis
nomes de todo dia.
Mas eu digo, um gato precisa
ter um nome que é particular,
Um nome
que lhe é peculiar, e que muito o dignifica,
De outro modo, como poderia
manter sua cauda perpendicular,
Ou espreguiçar os bigodes,
orgulhar-se de sua estica?
Dos nomes deste tipo, posso
oferecer um quórum,
Como Munkustrap, Quaxo, ou
Coricopato,
Como Bombalurina, ou mesmo
Jellylorum –
Nomes que nunca pertencem a
mais de um gato.
Mas, acima e para além, ainda
existe um nome a suprir,
E este é o
nome que você jamais cogitaria;
O nome que nenhuma investigação
humana pode descobrir
Mas O GATO E
SOMENTE ELE SABE, e nunca o confessaria.
Se um gato for surpreendido
com um olhar de meditação,
A razão, eu
lhe digo, é sempre a mesma que o consome:
Sua mente está engajada em uma rápida
contemplação
De lembrar, de lembrar,
de lembrar qual é o seu nome:
Seu
inefável afável
Inefavefável
Oculto, inescrutável e singular Nome.
Tradução: Rodrigo Suzuki Cintra
Sem comentários:
Enviar um comentário