Alfredo Pimenta (Guimarães, Portugal, 1882 – Lisboa, Portugal, 1950).
Historiador, poeta e escritor.
Notabilizou-se na crítica e polémica.
Passando do anarquismo para o evolucionismo republicano, aderiu ao ideal monárquico.
Escreveu numerosos estudos de filosofia política, polémica, filosofia, história, crítica e arte.
Algumas das suas obras poéticas: Eu, Para a Minha Filha, Alma Ajoelhada, Coimbra: poema de saudade e desafronta, O Livro da Minha Saudade.
Versos são notas musicais apenas
Versos são notas musicais apenas
O ritmo é tudo e nada o ritmo iguala,
Quer cante a água em frescas cantilenas,
Ou o búzio cante em sua voz que fala…
A voz nos perde, de irreais sirenas,
Só pelo ritmo que tal voz exala…
Versos são notas musicais apenas,
O ritmo é tudo, e nada o ritmo iguala.
Que outros componham versos bem diversos
Dos que eu componho, e pelos quais cativo
Vivo, e entre belos sonhos imortais…
Mas que os meus versos, os inúteis versos
Que me revelam como sou e vivo,
Que esses sejam apenas musicais!
Alfredo Pimenta, in “Últimos Ecos de Um Violino Partido"
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