Omar Khayyām (Pérsia, 1048 – 1131).
Poeta,
matemático, filósofo e astrónomo iraniano.
Calculou
como corrigir o calendário persa. O seu calendário tinha uma margem de erro de
um dia a cada 3770 anos.
Contribuiu em álgebra com o método para resolver
equações cúbicas pela intersecção de uma parábola com um círculo, que viria a
ser retomada séculos depois por Descartes. (…)
Entre suas principais contribuições à matemática
estão a solução de equações de segundo grau e a demonstração da impossibilidade
de resolução de equações de terceiro grau com números inteiros. Omar Khayyam
elaborou vários trabalhos desenvolvendo a geometria euclidiana.
A obra mais famosa de
Omar Khayyam, no entanto, está no terreno da literatura. Seu livro mais célebre
chama-se Rubayat e
compõe-se de uma colecção de mais de mil poemas de quatro versos. Rubayat é o plural da palavra persa "rubai", que
significa "quadras". No "rubai", o segundo e o quarto
versos são rimados.
A difusão da poesia de Khayyan no ocidente deve-se à
tradução de seus versos para o inglês, feita em 1859 pelo britânico Edward
Fitzgerald.
A tradução mais
conhecida da obra de Omar Khayyam em português foi feita por Otávio Tarquínio
de Sousa, embora vários outros poetas e escritores se tenham sensibilizado com
a beleza do Rubayat, como Fernando
Pessoa e Manuel Bandeira.
Fonte: Passagens e
Marcas
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Palavras de Omar Khayyām:
“Subi a
montanha para alcançar as estrelas, voltei invejando os cegos e surdos que
encontrava no caminho.”
Trechos do Rubayat:
Quando eu não mais
viver, não haverá mais rosas,
nem lábios vermelhos, nem vinhos perfumados;
não haverá auroras, nem amores, nem penas:
o Universo terá acabado, pois ele é o meu
pensamento
**
Que pobre o coração que não sabe amar
e não conhece o delírio da paixão.
Se não amas, que sol pode te aquecer,
ou que lua te consolar?
**
Vasto mundo: um grão
de areia no espaço.
A ciência dos homens:
palavras. Os povos,
os animais, as flores
dos sete climas: sombras.
O profundo resultado
da tua meditação: nada.
**
Uma vez que se ignora
o que é que nos reserva
o dia de amanhã, busca
ser feliz hoje.
Vai sentar-te ao luar
e bebe. Pois talvez
não vivas mais quando
amanhã voltar a lua.
Tradução: Manuel
Bandeira.
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