quarta-feira, 11 de maio de 2016

OMAR KHAYYĀM - Trechos do Rubayat






Omar Khayyām (Pérsia, 1048 – 1131).

Poeta, matemático, filósofo e astrónomo iraniano.
Calculou como corrigir o calendário persa. O seu calendário tinha uma margem de erro de um dia a cada 3770 anos. 

Contribuiu em álgebra com o método para resolver equações cúbicas pela intersecção de uma parábola com um círculo, que viria a ser retomada séculos depois por Descartes. (…)

Entre suas principais contribuições à matemática estão a solução de equações de segundo grau e a demonstração da impossibilidade de resolução de equações de terceiro grau com números inteiros. Omar Khayyam elaborou vários trabalhos desenvolvendo a geometria euclidiana.

A obra mais famosa de Omar Khayyam, no entanto, está no terreno da literatura. Seu livro mais célebre chama-se Rubayat e compõe-se de uma colecção de mais de mil poemas de quatro versos. Rubayat é o plural da palavra persa "rubai", que significa "quadras". No "rubai", o segundo e o quarto versos são rimados. 

A difusão da poesia de Khayyan no ocidente deve-se à tradução de seus versos para o inglês, feita em 1859 pelo britânico Edward Fitzgerald.
A tradução mais conhecida da obra de Omar Khayyam em português foi feita por Otávio Tarquínio de Sousa, embora vários outros poetas e escritores se tenham sensibilizado com a beleza do Rubayat, como Fernando Pessoa e Manuel Bandeira.


Fonte: Passagens e Marcas


***************



Palavras de Omar Khayyām:

“Subi a montanha para alcançar as estrelas, voltei invejando os cegos e surdos que encontrava no caminho.”



               Trechos do Rubayat:


Quando eu não mais viver, não haverá mais rosas,
 nem lábios vermelhos, nem vinhos perfumados;
 não haverá auroras, nem amores, nem penas:
 o Universo terá acabado, pois ele é o meu pensamento
                                   
                                     
                               **

Que pobre o coração que não sabe amar
 e não conhece o delírio da paixão.
 Se não amas, que sol pode te aquecer,
 ou que lua te consolar?

                                   
                              **

Vasto mundo: um grão de areia no espaço.
A ciência dos homens: palavras. Os povos,
os animais, as flores dos sete climas: sombras.
O profundo resultado da tua meditação: nada.
                                   
                              **

Uma vez que se ignora o que é que nos reserva
o dia de amanhã, busca ser feliz hoje.
Vai sentar-te ao luar e bebe. Pois talvez
não vivas mais quando amanhã voltar a lua.



Tradução: Manuel Bandeira.





Sem comentários:

Enviar um comentário

MALMEQUER

MALMEQUER Português, ó malmequer Em que terra foste semeado? Português, ó malmequer Cada vez andas mais desfolhado Ma...