CARTA
DE ARMANDO CORTEZ aos CTT – 1969
Os meus cumprimentos. Vinha
solicitar a V. Exas, o favor de, se passarem por Castelo Branco, perguntarem
notícias do meu filho Pedro, e terem a sublime gentileza de mas transmitir
quando regressarem.
Poderão talvez V. Exas interrogar-se porque não utilizo o telefone, meio tão rápido e eficiente de comunicação.
Há três dias que o tento, Exma. Administração dos CTT. Que o tento em vão!
Não sou rico e preciso de
trabalhar. Ora nestes três dias perdi 8 horas à espera de sucessivas chamadas
que pedi e de que desisti ao fim de 2 horas de espera.
Perdi portanto nada menos que
um dia de trabalho.
Isto não é possível, Exma.
Administração dos CTT.
Recuso-me a acreditar que seja por instruções da Exma. Administração dos CTT que as funcionárias sugerem sistematicamente que se peçam chamadas urgentes. Deve ser coisa delas, certamente… Estou convencido de que o pulso firme e administrador de V. Exas. pronto porá cobro a este descaramento.
No caso improvável de o não conseguirem permito-me sugeri a V. Exas. que pelas mesmas taxas estipuladas para os telefones nos forneçam pombos-correios e pacotinhos de limpadura. Os fios telefónicos poderão ter grande aplicação para os pombos descansarem quando as “pombadas” forem interurbanas.
Sem outro assunto, de momento, e enquanto preparo as gaiolas, subscrevo-me com a mais alta consideração.
Armando Cortez
PS – O meu filho Pedro tem
calções azuis.
Nota: Esta carta foi cedida pela actriz Manuela
Maria, esposa de Armando Cortez.
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