Alfredo
da Costa (Goa, Índia,
1859 - Lisboa, Portugal,1910).
Foi um ilustre professor e
cirurgião português.
O
reconhecimento que obteve resultou, especialmente, dos seus estudos e
iniciativas no domínio da obstetrícia.
Em 1885 foi nomeado
cirurgião de banco no Hospital de São José, onde foi também director da
enfermaria de Santa Maria Ana e onde instalou provisoriamente uma maternidade,
iniciando uma orientação para esta área da medicina, a qual lhe veio a conferir
o maior reconhecimento público.
Foi Presidente da
Sociedade Médica Portuguesa, entre 1905 e 1907, organização onde foi também
Vice-presidente e membro benemérito.
Desde sempre procurou ser
um interveniente activo na sociedade científica da sua época, dando
conferências e fazendo apresentações, entre as quais se destaca, pela sua
actualidade e importância do conteúdo, “A protecção às mulheres grávidas
pobres”.
É-lhe atribuída a primeira colecistectomia e a
operação de Estlander em Portugal, bem como a introdução do método de Volkman
na cura do hidrocelo. Distinguiu-se pela notável colaboração médico-social que
deu à Rainha D. Amélia na luta contra a tuberculose, tendo presidido à Comissão
Técnica de Assistência Nacional aos Tuberculosos.
Consciente dos problemas
da sociedade em relação à saúde da grávida, projectou a criação de uma unidade
hospitalar, que fosse responsável pelos partos e pela saúde preventiva das
futuras mães, que lhes ensinasse os cuidados a ter com o bebé e que prestasse
ainda assistência aos quadros mais graves dos recém-nascidos. Para além disso,
desenhou algumas medidas de prevenção para a patologia das puérperas, ganhando
um lugar de destaque perante a medicina social da época.
A sua morte precoce, com
apenas 51 anos, impediu-o de concluir o seu grande sonho – o de dotar Lisboa
com uma maternidade exemplar e moderna. Essa maternidade viria, de facto, a ser
inaugurada 22 anos após a sua morte, sendo-lhe atribuído o nome de Maternidade
Dr. Alfredo da Costa.
in “Dicionário de Médicos
Portugueses” (excertos)
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