Rainer
Maria Rilke (Praga, Império Austro-Húngaro, actual
República Checa,1875 — Valmont, Suíça, 1926).
Residiu por muito tempo em
Paris e foi secretário de Rodin. Em seus livros, passou do simbolismo à procura
do significado real da arte e da morte.
Algumas das suas obras:Elegias de Duíno, Sonetos a Orfeu, Os
Cadernos de Malte Laurids Brigge, Cartas a um Jovem Poeta.
in “Dicionário Larousse”
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Palavras
de Rainer Maria Rilke:
“O
nosso mundo é um pano de cena atrás do qual se escondem os segredos mais
profundos.”
A
Canção do Idiota
Não
me incomodam. Deixam-me ir.
Dizem
que não pode acontecer nada.
Ainda
bem.
Não
pode acontecer nada. Tudo chega e gira
sempre
em torno do Espírito Santo,
em
torno de determinado espírito (tu sabes) —
que bem.
Não,
realmente não deve pensar-se que haja
qualquer
perigo nisso.
Sim,
há o sangue.
O
sangue é o mais pesado. O sangue é pesado.
Por
vezes penso que não posso mais —
(Ainda bem.)
Ah,
que linda bola;
vermelha
e redonda como um em-toda-a-parte.
Ainda
bem que a criastes.
Ela vem quando se chama?
De
que estranha maneira tudo se comporta,
apressa-se
a juntar-se, separa-se nadando:
amigável,
um pouco vago.
Ainda bem.
in
"O Livro das Imagens" (Citador)
Tradução:Maria João Costa Pereira
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