Isidoro
Pires (Tavira, Portugal,
1894 – 1958).
Poeta de cariz popular,
cultivou uma poesia lírica de raiz cristã, com especial inclinação para a
redondilha maior e para o soneto.
Publicou: Quadras,
Ecos do Coração e Esparsos, colectânea
de versos dados a público nos semanários regionalistas "Povo Algarvio" e "Povo do
Algarve", de que foi director.
Considerado um orador bastante fluente,
diversas vezes teve ocasião de revelar estes seus dotes, mormente durante o
tempo que exerceu o cargo de Presidente da Câmara de Tavira.
Quadra gravada no
monumento em sua honra:
Maria toma cuidado,
vê como pisas o chão!...
Se dás um passo mal dado,
pisas
o meu coração
in “Literatura Portuguesa”
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Alma
Portuguesa
Tão
grandes são os feitos portugueses,
De
tão honrosa fama a sua história,
Que
parecem um sonho; e, muitas vezes,
Nem
sonhando se vê tanta vitória!
Lutar
co’o ignoto Mar, meses e meses,
Do
qual só vinham monstros à memória,
Para
dar entre p’rigos e reveses
Novos
mundos ao Mundo – é uma glória!
E
se olharmos pr’à Gente Brasileira,
(Que
apenas pelo nome é que é estrangeira!)
Palpitante
de vida e luz do Céu;
Sentimos,
com orgulho de nobreza,
Ser
grande demais a Alma Portuguesa
Para caber na terra onde nasceu!...
in “Versos”
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