Fernanda
de Castro (Lisboa, Portugal,1900 – Lisboa, 1994).
Estreou-se, literáriamente,
em 1919, com a publicação de um livro, de bucólicas e sonetos, intitulado: Antemanhã, tendo, então, recebido unânimes
elogios da crítica.
O seu lirismo revela-se essencialmente
contemplativo, associando a espiritualidade da Natureza com a sua própria espiritualidade.
Muito dedicada à protecção da infância, fundou e dirigiu a “Associação Nacional
dos Parques Infantis”.
Apresentou na Estufa Fria, em Lisboa, espectáculos infantis
com números de canto, poesia, teatro e bailado, sob a designação de “O Pássaro Azul”,
interpretados por crianças dos Parques Infantis. Em 1964 realizou, no Teatro Tivoli,
“Tardes de Poesia”.
Algumas das suas obras: Cidade em Flor, Trinta e Nove Poemas, O Veneno
do Sol, Maria da Lua, Náufragos, O Empresário e a Actriz, A Pedra no Lago.
in “Dicionário de Mulheres Célebres”
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Palavras
de Fernanda de Castro:
“Porque
chamamos vivos aos que esperam a vez, marcando passo? E mortos aos que se
libertaram e são livres no espaço?”
Se
os Poetas Dessem as Mãos
Se
os Poetas dessem as mãos
e
fechassem o Mundo
no
grande abraço da Poesia,
cairiam
as grades das prisões
que
nos tolhem os passos,
os
arames farpados
que
nos rasgam os sonhos,
os
muros de silêncio,
as
muralhas da cólera e do ódio,
as
barreiras do medo,
e
o Dia, como um pássaro liberto,
desdobraria
enfim as asas
sobre a Noite dos homens.
Se
os Poetas dessem as mãos
e
fechassem o Mundo
no grande abraço da Poesia.
in "Ronda das Horas Lentas"
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