MUSEU
DO ALJUBE
O Museu do Aljube -
Resistência e Liberdade é dedicado à memória do combate à ditadura e da
resistência em prol da liberdade e da democracia.
Pretende valorizar as
memórias comuns de resistência e evidenciar os principais traços do regime
ditatorial que submeteu o nosso país durante quase meio século.
Pretende dar a conhecer o
silêncio em que todo um povo foi mergulhado, resgatando-o para ensinamento dos
mais novos.
Pretende partilhar nos
nossos dias aspectos das realidades então vividas, organizando-os de modo
sistemático e rigoroso.
Pretende inscrever na
vivência colectiva os valores das lutas travadas pela liberdade e pela
democracia, com a firmeza da esperança num país mais livre, justo e fraterno.
Pretende patrocinar o
resgate das memórias de luta e de sofrimento, evocando momentos duros e,
também, momentos empolgantes da resistência, seguros da vitória que se haveria
de alcançar sobre o arbítrio e a violência.
Pretende assumir a luta
contra a amnésia desculpabilizante e, quantas vezes, cúmplice da ditadura que
enfrentámos entre 1926 e 1974.
Pretende remar contra a
corrente da desmemória organizada pelas ideologias dominantes nas sociedades
contemporâneas.
Pretende combater essa
fabricação de um "presente contínuo", que torna fácil e eficaz a
manipulação, a demagogia e o regressismo "invisível" às piores formas
de opressão.
Pretende dar voz às
vítimas e mostrar como é longo e difícil o caminho da sua reabilitação, impondo
a verdade e o exemplo sobre o silêncio e o embuste.
Pretende honrar os
resistentes que ousaram empenhar-se numa luta desigual e sempre ameaçada pela
perseguição e pela prisão, pela tortura, pelo exílio, pela deportação e quantas
vezes pela morte.
Pretende restituir a
memória colectiva à cidadania, na sua pluralidade.
Pretende, em suma,
assegurar que o nosso futuro não seja amputado do nosso passado.
O
futuro cria-se no presente com a memória do passado.
in “Museu do Aljube –
Resistência e Liberdade” – situado em Lisboa, Portugal.
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O Museu era uma antiga
cadeia a qual funcionou até 1965 e foi mandada fechar pela PIDE por esta não
apresentar condições de segurança, higiene e saúde.
O próprio nome pelo qual
era conhecido, Cadeia do Aljube, é um pleonasmo que exacerba a sua negra
função. Significa prisão ou caverna e deriva do vocábulo árabe para poço,
cisterna ou lugar escuro. Em toda a sua longa história foi sempre um local de
encarceramento, para crimes de delito comum, eclesiásticos, para mulheres e, na
sua última fase, em exclusividade para presos políticos.
Publicação nº 1239
Publicação nº 1239
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