VIMALA DEVI
(Goa, Índia, 1932)
Escritora, poetisa, pintora
Veio para Lisboa (1958) e,
depois de longa viagem pela Europa e América do Sul, fixou-se então em Londres,
deixando esta em 1972 para permanecer em Lisboa. Uma vez na capital inglesa,
frequentou diversas academias e estúdios de arte londrinos.
Desde 1966, data da
sua primeira exposição individual na Greenwich Gallery, também expôs em Lisboa,
na Galeria Futura, em Março de 1972.
Além de pintura, fez crítica de arte na
B.B.C. de Londres. Colaborou no Diário da
Noite e em O Heraldo, de Nova
Goa.
Realizou recitais de folclore goês, no Brasil (1960) e em Lisboa
(ex-Emissora Nacional).
Reside, presentemente, em Lisboa.
Algumas das suas obras: Súria, Monção, Hologramas e Tele-poemas, A Literatura Indo-Portuguesa.
Está representada na Antologia poética “Poesia-70”, e
no volume Goa, Damão e Diu, da
colecção Antologia da Terra Portuguesa.
in
“Mulheres Célebres”
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Não me fales com essa tua voz
Não
me fales com essa tua voz de silêncio
De
torturar os mortos,
Tu
que escalaste a montanha inacessível
Da minha alma...
Porque
não choras, não gritas,
E
olhas com esse teu rosto azul
A
lua do teu coval
Como
um esqueleto descarnado de ideais,
Se
és testemunha e não vítima
Desta
humanidade incolor?
Porque
não ergues o estandarte triunfal
Dos "excluídos para sempre"?
Oh,
não me fales da putrefação,
Nem
da extinção da tua existência impoluta,
Se
não me prometeres que vais ser o Sol Verde
Tingindo os Outonos de cabelos amarelos!
Publicação nº 1255
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