ANTÓNIO
CORREIA DE OLIVEIRA
(São
Pedro do Sul, Portugal, 1879 - Esposende, 1960).
Poeta
Foi, sem dúvida, um dos
poetas mais conhecidos da sua geração.
Publicou o primeiro livro
aos 16 anos, encontrando-se desde essa obra definida a sua arte poética: uma
simplicidade na trova ao gosto popular, um pendor narrativo que aproxima mais a
sua lírica de certo romantismo epigonal que da genuína tradição portuguesa, os
temas de exaltação patriótica, que o transformaram, a partir de certa altura,
no poeta «oficial» do regime político vigente – conceito, aliás, injustamente
redutor.
Poeta de estro fácil, nele
se conjugam o realismo junqueiriano, o idealismo cristão, o panteísmo tocado de
saudosismo, à Pascoaes, do qual o separava a intuição filosófica: importa,
todavia, não esquecer que a sua vastíssima bibliografia inclui também obras de
longo fôlego e alta inspiração, como, em verso branco, as Tentações de Sam Frei Gil, 1907.
in “Dicionário de Autores Portugueses”
A
DESPEDIDA
Três
modos de despedida
Tem
o meu bem para mim:
-
«Até logo»; «até à vista»:
Ou «adeus» – É sempre
assim.
«Adeus»,
é lindo, mas triste;
«Adeus»
… A Deus entregamos
Nossos
destinos: partimos,
Mal sabendo se voltamos.
«Até
logo», é já mais doce;
Tem
distância e ausência, é certo;
Mas
não é nem ano e dia,
Nem tão-pouco algum deserto.
Vale
mais «até à vista»,
Do
que «até logo» ou «adeus»;
«À
vista», lembra, voltando,
Meus olhos fitos nos teus.
Três
modos de despedida
Tem,
assim, o meu Amor;
Antes
não tivesse tantos!
Nem um só… Fora melhor.
in “Antologia Poética”
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