JOÃO GONÇALVES ZARCO
(Portugal,
1390 - 1471)
Navegador
Fidalgo
cavaleiro da casa do infante D. Henrique.
Seguiu desde muito novo a
carreira marítima, e por mais de uma vez exerceu o comando das caravelas, que
guardavam as costas do Algarve.
Quando o infante D. Henrique se lançou no
caminho das explorações marítimas, João Gonçalves Zarco foi o primeiro que se lhe
ofereceu para o coadjuvar nesses empreendimentos. Aproveitando o oferecimento,
o infante D. Henrique, em 1418, mandou preparar um barco, e entregando-o a João
Gonçalves Zarco e a Tristão Vaz Teixeira, mandou-os ou demandar terras
desconhecidas, ou procurar umas ilhas que já apareciam nos mapas, e a que
teriam aportado cinquenta ou sessenta anos antes outros navegadores
portugueses.
João Gonçalves Zarco chegou depois dalguns dias de viagem, à ilha
que chamou de Porto Santo, voltando logo a Portugal a dar conta do resultado da
sua expedição. O infante ficou satisfeitíssimo, e tratou logo de colonizar a
ilha. Ordenou pois a João Gonçalves Zarco e a Trintão Vaz Teixeira que
voltassem a Porto Santo, dando-lhes por companheiro outro criado da sua casa,
chamado Bartolomeu Perestrelo.
Foi nessa segunda viagem que descobriram ou
demandaram a ilha da Madeira, saindo Tristão Vaz e Gonçalves Zarco do Porto
Santo no dia 1 de julho de 1419, e indo aportar à Madeira no ponto a que
chamaram de S. Lourenço, por ser de S. Lourenço, também o nome do navio que os
conduzia.
Fizeram depois em torno da ilha uma viagem de circum-navegação, e
foram pondo nomes aos diferentes acidentes da costa. Nessa viagem recebeu a
principal baía da ilha o nome de Baía do Funchal, e uma grande lapa onde se
escondiam muitos lobos que os viajantes caçaram, o nome de Câmara de Lobos,
tomando desse sitio o próprio João Gonçalves Zarco e os seus descendentes o
apelido de Câmara.
in “Dicionário Histórico” (excertos)
Imagem:Estátua de João Gonçalves Zarco (Funchal - Ilha da Madeira) de autoria de
Francisco Franco.