ALEXANDRE DA CONCEIÇÃO
(Ílhavo,
Portugal, 1842 - Viseu, 1889)
Poeta e jornalista
Formou-se
na Academia Politécnica do Porto e foi engenheiro director das obras públicas.
Colaborou
na revista poética “A Grinalda”cultivando um romantismo epigonal. Evoluiu
depois para o realismo, embora em Outonais,
1892 (obra póstuma) se mantenha ainda fiel a certos clichés românticos.
Fundou
a revista literária “A Revolução”(1877) e no jornalismo viria a mostrar-se um
republicano combativo e apaixonado.
in “Grande Livro dos Portugueses”
NUM TÚMULO
Envolve-se
a existência em dois mistérios,
Berço
e campa – dois óvulos diversos
Dos
berços faz-se o pó dos cemitérios,
Das
campas sai o pólen dos berços.
Misterioso
círculo da vida
Que esmaga em cada giro uma alma, um ente,
Que rasga em cada volta uma ferida,
Que deixa em cada sulco uma semente.
Que esmaga em cada giro uma alma, um ente,
Que rasga em cada volta uma ferida,
Que deixa em cada sulco uma semente.
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