LUÍS AMARO
(Aljustrel,
Portugal, 1923)
Poeta
e crítico literário
Foi um dos fundadores e
directores das folhas de poesia Árvore
(1951-1953). Colaborou na Távola Redonda
e nas revistas Seara Nova e Portucale.
Publicou os livros Dádiva, 1949, e Diário Íntimo, 1975.
Influenciada pelo movimento
da Presença, a sua poesia intimista de
penumbra exprime-a com musicalidade numa linguagem simbolista.
in “Grande Livro dos Portugueses”
***
CANÇÃO EFÉMERA
Meu
sonho dum momento
Que o engano teceu
E um imperceptível vento
Nas asas envolveu...
Que o engano teceu
E um imperceptível vento
Nas asas envolveu...
Nem
fixei a imagem
Ora desfeita e vã:
Ondula na aragem,
Faz parte da manhã.
Ora desfeita e vã:
Ondula na aragem,
Faz parte da manhã.
Quando
passou seu rosto
Impressentido, breve,
Que a nuvem dum desgosto
Não fixou nem teve,
Impressentido, breve,
Que a nuvem dum desgosto
Não fixou nem teve,
Logo
uma luz ardente
Em minha alma nasceu:
Imagem finda, ausente,
Dum sonho que foi meu!
Em minha alma nasceu:
Imagem finda, ausente,
Dum sonho que foi meu!
Imagem: retrato de Luís Amaro «a partir de uma fotografia de 1950», pelo artista plástico Luís Manuel Gaspar.
Sem comentários:
Enviar um comentário