Carl Spitzweg (Munique, Alemanha, 1808 – 1885).
Filho do meio de uma rica família de comerciantes, completou seus estudos em farmácia na Universidade de Munique, área em que trabalhou até 1833, ano em que uma herança lhe permitiu abandonar todas as suas preocupações financeiras e dedicar-se apenas à pintura. Spitzweg passou então a viver um dia a dia monástico em um sótão de uma casa na pitoresca cidade de Rothenburg, só ocasionalmente recebendo a visita de amigos pintores.
Na arte, Spitzweg foi um autodidata. (…)
A sua obra é conhecida por olhar para a vida com ternura e humor. É impossível para Spitzweg não reparar com carinho as minúcias e a comicidade dos afazeres diários de suas personagens, sejam elas bibliotecários, caçadores de borboletas, académicos, alquimistas, poetas, músicos de rua, comerciantes, homens que se organizam numa serenata, mulheres que cuidam de seus jardins ou famílias que passeiam por um campo ensolarado. (…)
O Poeta Pobre é, sem dúvidas, sua obra mais famosa. Esse quadro mostra um homem, deitado em uma cama de livros em um sótão. Em um varal pendura uma única toalha. Ainda está em suas roupas de dormir, apesar de ser dia. Um guarda-chuva foi amarrado no tecto certamente para que desvie uma goteira. A imagem do poeta miserável completa-se em seu ato de ter a pena à boca e as mãos que contam as sílabas de seus versos.
O Poeta Pobre foi uma das obras que foi roubada do Palácio de Charlottenburg em 1989 (junto a seu outro quadro, A carta de amor), esse sendo apenas o seu segundo roubo (o primeiro teria ocorrido em 1976). (…)
O Poeta Pobre, em uma pesquisa, foi considerada simplesmente a segunda obra mais adorada pelo povo alemão, perdendo apenas para a Mona Lisa. (…)
O Poeta Pobre tornou-se uma das obras mais conhecidas do Romantismo alemão.
Pintado em 1839 foi uma sátira à censura do governo alemão quando tentou impedir a liberdade individual e criativa do Romantismo.
Fonte: OBVIOUS – Artes e Ideias por Ygor H. Speranza
Imagem: O Poeta Pobre, pintura de Carl Spitzweg
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