Hart Crane
(Ohio, EUA, 1899 – Golfo do México, 1932).
Foi autor de dois únicos volumes de poesia: White Buildings
(1926) e Bridge (1930).
The
Bridge é constituído por um conjunto de quinze poemas líricos,
sem qualquer ligação entre si, de inegável valor e beleza. Entre eles
distingue-se o que o consagrou, À Ponte
de Brooklyn, no qual se via o símbolo do «mito da América, ponte cruzando o
rio, o oceano, o espaço e o tempo».
À
Ponte de Brooklyn
Quando à aurora
submerge, resta-nos calafrio
gaivota irá nascer à asa girar-se-á inspirada,
derramando anéis alvos tumultuosos, se erguer
do alto da baía unida banhando á Liberdade.
É marfim dúplice abdicado em nossos olhos
aparentes velas veleiras que se cruzaram.
Alguns se expõem ter conservadas imagens
até o ascensor nos mascare em nosso dia...
Refletem em cines, truques panorâmicos,
multidões connosco alguma cena cintilante
nunca revelada se apressando outra vez,
Adivinhando outros olhos da cena lida;
E vós, pelo porto, vossos passos prateados,
emergi vós o sol, descuidado vosso passo,
alçada sensação sempre espreguiçar vós,
provocai em vós outra vez á liberdade!
Da alheia escotilha do metrô, cela ou sótão
encostos lamelosos aprestam vossos parapeitos,
instante espreguiçarem á folgada camisa,
num gracejo se esvaíram á caravana muda.
Down Wall, viga mestra vaza ao meio-dia a rua,
acetileno rasgo dente céu; durante à tarde
retornando guindastes de áreas- nuvens...
Vosso cabo sibila silente Atlântico Norte.
E entenebrecei - vós aos céus dos judeus,
A Recompensa... A vós que realmente doais
Da era anónima não deve ser glorificada:
Dá vossa remissão o perdão à vossa exposição.
tangidas harpas, em altares, fúria derretida,
(Labor da fadiga afiada vossas cordas corais)
Terrificado início do tomado profeta,
oração do pária, e queixa do amante.
Outra vez semáforos desatam-se em pressa vossa
fala não repartida; — estrelas ansiar inocente,
a conduzir-vos o caminho - concisa imortalidade:
Eu surjo crepúsculo içado em vossos braços.
Abaixo vós sombreeis cais vós almejastes;
somente na escuridão vossa sombra é intensa.
Dos intensos lotes urbe todos desfeitos.
neve deparou-se invadir vosso ano férreo...
Ó Insone, o rio a fluir sobre vós
salta mar o gramado utópico de pradarias,
até nós mais humildes qualquer dia derribem-nos,
descidos curvatura ao aferido mito de Deus.
Tradução Eric Ponty
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