sexta-feira, 29 de abril de 2016

CAROLINA MICHAËLIS DE VASCONCELOS – Filóloga







Carolina Michaëlis de Vasconcelos (Berlim, Alemanha, 1851 – Porto, Portugal, 1925).

Professora, investigadora e escritora alemã.

Dedicou-se ao estudo das línguas e literaturas clássicas, românicas, eslavas e semíticas. Em 1867, já publicava artigos eruditos notáveis, na revista Archiv, de Berlim. Dedicou-se também às línguas espanhola e portuguesa.

Em 1872, era nomeada intérprete oficial das línguas ibéricas. Mas esta missão não fez descurar a colaboração enviada para as Enciclopédias de Brockhauss e Meyer, nem tão-pouco afrouxar a correspondência mantida com os melhores especialistas em filologia românica: Ascoli, Schuchardt, Musafia, Frederico Diez e outros .

Foi por esta ocasião que entrou em relações epistolares com os Portugueses, em virtude da polémica suscitada à volta da tradução do Fausto, por Castilho. Relacionou-se então com Teófilo Braga, Adolfo Coelho e Joaquim de Vasconcelos (1849-1936), passando a trocar correspondência com este último, a propósito de bibliografia, de crítica, de história e de literatura.

Desta contínua correspondência nasceu uma comunhão de ideias que levou ao casamento, efectuado em Berlim, em 1876. A partir desta data, fixou-se no Porto, em Portugal.

Mercê do seu profícuo trabalho, arguto e profundo, foram desfeitos muitos erros de história, esclareceram-se muitos pontos controvertidos em filologia.
A escritora estudou os antigos líricos castelhanos e portugueses e a vida dos serões palacianos da época de D. Manuel I, analisou com perfeito critério científico, os Cancioneiros Medievais e ainda coleccionou e estudou o Romanceiro Português e Espanhol.

Em 1911, foi nomeada, por distinção, professora da Faculdade de Letras de Lisboa, após a reforma do ensino, passando, a seu pedido, para a Faculdade de Coimbra, onde regeu a cadeira de Filologia Portuguesa.

Em 1922, os estudantes desta cidade ofereceram-lhe o anel simbólico de doutora, numa consagração oficial, realizada na Sala dos Capelos.

A sua residência na Rua de Cedofeita, no Porto, misto de museu e de biblioteca, era ponto de reunião dos intelectuais e dos estudiosos, que ali procuravam, muitas vezes, esclarecimentos e directrizes seguras.

Colaborou, com Mendes dos Remédios, na recolha de poesias e trabalhos de historiografia da literatura, e com Teófilo Braga numa história de Literatura Portuguesa, publicada na Alemanha.
Dirigiu e colaborou em vários jornais e revistas portugueses.
Recebeu diversas distinções.

Algumas das suas obras: As Cem Melhores Poesias Líricas da Língua Portuguesa, A Saudade Portuguesa, Romanceiro del Cid, Edição Monumental do Cancioneiro da Ajuda, As Capelas Imperfeitas e a Lenda das Divisas Gregas, Resumo da História da Literatura Portuguesa.




Fonte: Mulheres Notáveis (adaptação).


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