Carolina Michaëlis de Vasconcelos (Berlim,
Alemanha, 1851 – Porto, Portugal, 1925).
Professora,
investigadora e escritora alemã.
Dedicou-se ao estudo
das línguas e literaturas clássicas, românicas, eslavas e semíticas. Em 1867,
já publicava artigos eruditos notáveis, na revista Archiv, de Berlim. Dedicou-se também às línguas espanhola e
portuguesa.
Em 1872, era nomeada
intérprete oficial das línguas ibéricas. Mas esta missão não fez descurar a
colaboração enviada para as Enciclopédias
de Brockhauss e Meyer, nem tão-pouco afrouxar a correspondência mantida com
os melhores especialistas em filologia românica: Ascoli, Schuchardt, Musafia,
Frederico Diez e outros .
Foi por esta ocasião
que entrou em relações epistolares com os Portugueses, em virtude da polémica
suscitada à volta da tradução do Fausto,
por Castilho. Relacionou-se então com Teófilo Braga, Adolfo Coelho e Joaquim de
Vasconcelos (1849-1936), passando a trocar correspondência com este último, a
propósito de bibliografia, de crítica, de história e de literatura.
Desta contínua
correspondência nasceu uma comunhão de ideias que levou ao casamento, efectuado
em Berlim, em 1876. A partir desta data, fixou-se no Porto, em Portugal.
Mercê do seu profícuo
trabalho, arguto e profundo, foram desfeitos muitos erros de história,
esclareceram-se muitos pontos controvertidos em filologia.
A escritora estudou os
antigos líricos castelhanos e portugueses e a vida dos serões palacianos da
época de D. Manuel I, analisou com perfeito critério científico, os
Cancioneiros Medievais e ainda coleccionou e estudou o Romanceiro Português e
Espanhol.
Em 1911, foi nomeada,
por distinção, professora da Faculdade de Letras de Lisboa, após a reforma do
ensino, passando, a seu pedido, para a Faculdade de Coimbra, onde regeu a
cadeira de Filologia Portuguesa.
Em 1922, os estudantes
desta cidade ofereceram-lhe o anel simbólico de doutora, numa consagração
oficial, realizada na Sala dos Capelos.
A sua residência na
Rua de Cedofeita, no Porto, misto de museu e de biblioteca, era ponto de
reunião dos intelectuais e dos estudiosos, que ali procuravam, muitas vezes,
esclarecimentos e directrizes seguras.
Colaborou, com Mendes
dos Remédios, na recolha de poesias e trabalhos de historiografia da
literatura, e com Teófilo Braga numa história de Literatura Portuguesa,
publicada na Alemanha.
Dirigiu e colaborou em
vários jornais e revistas portugueses.
Recebeu diversas
distinções.
Algumas das suas
obras: As Cem Melhores Poesias Líricas da Língua
Portuguesa, A Saudade Portuguesa, Romanceiro del Cid, Edição Monumental do
Cancioneiro da Ajuda, As Capelas Imperfeitas e a Lenda das Divisas Gregas,
Resumo da História da Literatura Portuguesa.
Fonte: Mulheres Notáveis (adaptação).
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