Marcos Portugal
(Lisboa,
Portugal, 1762 – Rio de Janeiro, Brasil, 1830).
Marcos Portugal notabilizou-se
no domínio da ópera, género que lhe conferiu uma grande visibilidade
internacional, mas destacou-se também no âmbito da música sacra, tendo
produzido mais de 140 obras.
Organista, maestro e compositor,
Marcos Portugal conheceu um notável sucesso além-fronteiras, sem paralelo na
história da música portuguesa, com centenas de representações das suas óperas
na Europa.
Em Portugal e no Brasil, no entanto, a sua fama como compositor
alicerçou-se fundamentalmente no género sacro com algumas das suas obras a
serem mantidas no repertório de muitas instituições eclesiásticas até inícios
do século XX. (…)
Foi nomeado organista da Igreja
da Patriarcal em 1782 e mais tarde também compositor. A encomenda, nesse mesmo
ano, de uma missa em honra de Santa Bárbara, por parte da Rainha D. Maria I,
inaugura um longo e frutuoso relacionamento com a família real, que marcou
decisivamente o percurso da sua vida. (…)
Em 1792 vai para Itália como
bolseiro da coroa portuguesa onde permanece 8 anos, alcançando uma notável fama
com as cerca de duas dezenas de óperas aí estreadas. De volta a Lisboa em
meados de 1800, é nomeado professor do Seminário da Patriarcal e Mestre do Real
Teatro de S. Carlos, para o qual compõe várias óperas.
Apesar da sua posição na corte,
quando estava eminente a invasão de Lisboa pelas tropas do general Junot, em
Novembro de 1807, Marcos Portugal não
parte com a família real para O Brasil, mantendo uma ligação bastante ambígua com os invasores franceses. Só mais tarde, por solicitação do Príncipe
Regente (futuro Rei D. João VI), embarca com seu irmão Simão Portugal (também
ele compositor de música sacra) para o Rio de Janeiro, onde chega a 11 de Junho
de 1811. (…)
No Brasil, Marcos Portugal foi
nomeado Mestre de Suas Altezas Reais e incumbido de compor a música para as
ocasiões de maior significado religioso, social ou político, em que o Príncipe
Regente estivesse presente. (…)
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Em 1820 dá-se a revolução
liberal e a corte regressa a Portugal em 1821, com a subsequente independência
do Brasil em 1822. Marcos Portugal decidiu manter-se no Rio de Janeiro servindo
o novo monarca. D. Pedro I, que tinha sido seu aluno. (…)
Depois da longa lealdade de 40
anos a D. Maria I e a seu filho D. João VI, o compositor viveu os últimos nove
anos servindo o Imperador do Brasil, adquiriu a nacionalidade brasileira e
compôs um Hino da Independência cantado nas comemorações do 7 de Setembro
durante várias décadas.
Fonte: Casa da Música (excertos)
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