segunda-feira, 25 de abril de 2016

MÚSICA – Revista de Artes







MÚSICA – Revista de Artes foi editada de 15 de Julho de 1924 a Janeiro de 1925. 

A direção foi de Gastão de Bettencourt e João de Campos Silva. Contou com um número alargado de colaboradores e correspondentes, em Espanha, França, Itália e Alemanha, designadamente Adolfo Salazar, crítico musical do El Sol.

A capa foi desenhada pelo pintor Martins Barata. Muitos dos colaboradores são retratados nas páginas de interior. No início e no fim de cada número, existem muitos anúncios de firmas ligadas à música, fotografia e moda, de novidades literárias, de géneros alimentícios, de medicamentos e artigos de beleza e das indústrias da construção civil e tipográficas. Esta publicação daria continuidade a uma outra versando a mesma temática (Vida Musical).

“Pela Arte” foi o título escolhido para o editorial que deu início à publicação de Música – Revista de Artes, em “ambiente imparcial onde se encontre a verdade Artística.” Divulgar e criticar eram os propósitos da sua direção – “Pelo Portugal Artístico: - eis a síntese do nosso Pensamento.”

Para além da existência de uma publicação periódica sobre esta temática, os seus directores faziam-na acompanhar pela organização, no País, de concertos, tournées, companhias de ópera e opereta e exposições de arte, seguidos de conferências pelos próprios (Gastão de Bettencourt e Óscar da Silva) e pelos convidados externos à direcção desta revista.
Não foram esquecidos, também, muitos dos nomes maiores da música, em termos nacionais e internacionais.

No primeiro caso, Cacilda Ortigão (cantora), Cláudio Carneiro (compositor), Francisco Lacerda (compositor), Hermínio do Nascimento e Ruy Coelho (compositor).

Dos nomes estrangeiros, revelou-se o papel de Bedrich Smetana, Fernucio Benvenuto Busoci e Gabriel Fauré, e também o fotógrafo português Manuel Alves San-Payo que, nos anos de 1920, tanto sucesso teve, no Brasil e em Portugal.

Algumas pequenas notícias surgem por entre os textos de maior profundidade, designadamente acerca do Conservatório Nacional (pedido de obras didácticas para a biblioteca dirigida por Thomaz de Borba e a inauguração do Museu de Instrução do Conservatório Nacional).

Os concertos no Politeama e no São Luiz eram muito aplaudidos pela redacção deste periódico, sobretudo quando relatam a abertura de uma nova época de concertos sinfónicos: “a eles devemos o interesse e gosto pela música criado no espírito do nosso público.”

Sem esquecer algumas de outras artes, a música foi, de facto, o tema central deste periódico – a clássica, pois das outras (jazz, tango, foxtrot ou charleston, que configuraram os “loucos anos 20” e o ambiente frenético que também por Portugal passou um pouco, nada se lhes refere.



Fonte: Hemeroteca Municipal de Lisboa  


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