MÚSICA – Revista de Artes foi editada
de 15 de Julho de 1924 a Janeiro de 1925.
A direção foi de Gastão de Bettencourt e João de
Campos Silva. Contou com um número alargado de colaboradores e correspondentes, em Espanha,
França, Itália e Alemanha, designadamente Adolfo Salazar, crítico musical do El Sol.
A capa foi desenhada
pelo pintor Martins Barata. Muitos dos colaboradores são retratados nas páginas
de interior. No início e no fim de cada número, existem muitos anúncios de
firmas ligadas à música, fotografia e moda, de novidades literárias, de géneros
alimentícios, de medicamentos e artigos de beleza e das indústrias da
construção civil e tipográficas. Esta publicação daria continuidade a uma outra
versando a mesma temática (Vida Musical).
“Pela Arte” foi o
título escolhido para o editorial que deu início à publicação de Música
– Revista de Artes, em “ambiente imparcial onde se encontre a verdade
Artística.” Divulgar e criticar eram os
propósitos da sua direção – “Pelo Portugal Artístico: - eis a síntese do nosso Pensamento.”
Para além da
existência de uma publicação periódica sobre esta temática, os seus directores
faziam-na acompanhar pela organização, no País, de concertos, tournées, companhias de ópera e opereta
e exposições de arte, seguidos de conferências pelos próprios (Gastão de
Bettencourt e Óscar da Silva) e pelos convidados externos à direcção desta
revista.
Não foram esquecidos,
também, muitos dos nomes maiores da
música, em termos nacionais e internacionais.
No primeiro caso, Cacilda Ortigão (cantora), Cláudio Carneiro
(compositor), Francisco Lacerda (compositor), Hermínio do Nascimento e Ruy Coelho
(compositor).
Dos nomes
estrangeiros, revelou-se o papel de Bedrich Smetana, Fernucio Benvenuto Busoci
e Gabriel Fauré, e também o fotógrafo português Manuel Alves San-Payo que, nos
anos de 1920, tanto sucesso teve, no Brasil e em Portugal.
Algumas pequenas
notícias surgem por entre os textos de maior profundidade, designadamente
acerca do Conservatório Nacional (pedido de obras didácticas para a biblioteca
dirigida por Thomaz de Borba e a inauguração do Museu de Instrução do
Conservatório Nacional).
Os concertos no
Politeama e no São Luiz eram muito aplaudidos pela redacção deste periódico,
sobretudo quando relatam a abertura de uma nova época de concertos sinfónicos:
“a eles devemos o interesse e gosto pela música criado no espírito do nosso
público.”
Sem esquecer algumas
de outras artes, a música foi, de facto, o tema central deste periódico – a
clássica, pois das outras (jazz, tango, foxtrot
ou charleston, que configuraram os
“loucos anos 20” e o ambiente frenético que também por Portugal passou um pouco,
nada se lhes refere.
Fonte: Hemeroteca Municipal
de Lisboa
Sem comentários:
Enviar um comentário