Fina García Marruz (La Habana, Cuba, 1923).
Em 1961, doutorou-se em Ciências Sociais
na Universidade de Havana.
É uma das principais vozes da poesia e
ensaio do século XX cubano. Integrou o grupo “Origens”.
Foi pesquisadora literária na “Biblioteca
Nacional José Martí”.
Algumas das obras publicadas: Os Olhares em Branco, Visitações
e Centro de Havana,
Créditos de Charlot, Melodias Antigas
Recebeu inúmeros prémios e distinções.
Palavras de Fina García
Marruz:
“Comunico melhor com o silêncio”
O Menino Bonito
Só você, menino bonito, pode entrar num parque.
Eu entro em certos campos,
em certas folhas ou em aves.
Só você, menino bonito, pode levar a roupa
ausente do defunto,
distraída e remota.
A roupa desenhada, o chapéu da ave.
Só você nesse reino
indissolúvel e grave
tocou a magia do exterior, as coisas
indizíveis. Eu levo a roupa
maliciosa
de quem sabe da morte e da amarga inocência.
Você não sabe que tem toda
a ciência possível.
Mas ai! quando o saiba, o parque estará destruído,
você conhecerá a estranha
lucidez do adormecido,
e por que o sol que ilumina seus álamos dourados
hoje os tinge de ouro com
palavras e dias melancólicos.
Tradução: Alai Garcia Diniz
e Luizete Guimarães Barros
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