Ilha da Madeira
Grandes nomes da nossa
literatura nasceram na Ilha da Madeira; outros adoptaram-na como sua segunda
terra-natal, e, outros ainda, e não são poucos fizeram dela motivo das suas
obras ou beberam na sua beleza paisagística muito da sua inspiração.
Teófilo Braga é o
primeiro a revelar no seu livro, Poetas
Palacianos, a existência de uma escola poética madeirense, que terá
florescido no reinado de D. Duarte,
apontando os nomes de Tristão Teixeira, Pêro Correia e Manuel Noronha, como
poetas do “Cancioneiro Geral” de Garcia de Resende.
Isto no que concerne à
poética.
Porquanto, o primeiro escrito relativo à Ilha da Madeira, sua
descoberta e povoamento, é um manuscrito conhecido pelo título de Relação do Descobrimento da Ilha da Madeira,
da autoria de Gonçalo Aires e Gaspar Frutuoso, manuscrito esse refundido em
1590 pelo Cónego Jerónimo Dias Leite, autor de As Saudades da Terra, narrativa do descobrimento das ilhas
atlânticas.
Outros autores antigos
que se debruçaram sobre a Ilha da Madeira, tanto na poesia, como na prosa,
foram Manuel Tomás, com a Insulana (1635),
poema em dez cantos, e D. Francisco Manuel de Melo, com Epanáfora Amorosa, onde a natureza edénica da rainha do Atlântico é
por este descrita.
O primeiro livro
publicado no século XVIII, foi a História
Insulana (1717), do Padre António Cordeiro. Século em que inúmeras figuras
madeirenses pontificaram nas tertúlias literárias metropolitanas, como, por
exemplo, Domingos de Sá Marques e o Cónego João Rodrigues Oliva, membros da
“Academia dos Anónimos” e Ferreira de Vasconcelos, um dos melhores poetas da
“Fénix Renascida”.
O primeiro historiador
madeirense que se debruçou sobre a historiografia da ilha, foi Jerónimo Dias
Leite, autor do Descobrimento da Ilha da
Madeira , livro só publicado em 1947.
Outros autores
madeirenses: João Gomes da Ilha, Duarte Brito, António de Carvalhal Esmeraldo,
Francisco Álvares da Nóbrega, Baltazar Dias, Albino de Meneses, Edmundo de
Bettencourt, João de Brito Câmara, Herberto Hélder e António Pestana.
Dos que não sendo madeirenses,
mas escreveram sobre esta ilha maravilhosa banhada pelo Atlântico, o primeiro e
maior foi Camões. E depois deste, Bulhão Pato, Teixeira Gomes, Brito Camacho,
Raul Brandão, Ferreira de Castro, Luís Forjaz Trigueiros, António Nobre,
Fernando Pessoa, etc.
Terminamos com os
nomes dos madeirenses Horácio Bento de Gouveia, cultor do romance regional,
João Gouveia, autor de Atlante e
considerado o melhor poeta da Ilha no seu tempo; Jaime Câmara e Cabral do
Nascimento, este, autor de Digressão
(1953).
Fonte: Dicionário da
Literatura Portuguesa
Um lugar lindo e mágico, resto de uma civilização esplendorosa que se foi com o mar!!
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