sábado, 9 de abril de 2016

ILHA DA MADEIRA - PORTUGAL







Ilha da Madeira


Grandes nomes da nossa literatura nasceram na Ilha da Madeira; outros adoptaram-na como sua segunda terra-natal, e, outros ainda, e não são poucos fizeram dela motivo das suas obras ou beberam na sua beleza paisagística muito da sua inspiração.

Teófilo Braga é o primeiro a revelar no seu livro, Poetas Palacianos, a existência de uma escola poética madeirense, que terá florescido no reinado de D. Duarte, apontando os nomes de Tristão Teixeira, Pêro Correia e Manuel Noronha, como poetas do “Cancioneiro Geral” de Garcia de Resende.
Isto no que concerne à poética. 

Porquanto, o primeiro escrito relativo à Ilha da Madeira, sua descoberta e povoamento, é um manuscrito conhecido pelo título de Relação do Descobrimento da Ilha da Madeira, da autoria de Gonçalo Aires e Gaspar Frutuoso, manuscrito esse refundido em 1590 pelo Cónego Jerónimo Dias Leite, autor de As Saudades da Terra, narrativa do descobrimento das ilhas atlânticas.

Outros autores antigos que se debruçaram sobre a Ilha da Madeira, tanto na poesia, como na prosa, foram Manuel Tomás, com a Insulana (1635), poema em dez cantos, e D. Francisco Manuel de Melo, com Epanáfora Amorosa, onde a natureza edénica da rainha do Atlântico é por este descrita.

O primeiro livro publicado no século XVIII, foi a História Insulana (1717), do Padre António Cordeiro. Século em que inúmeras figuras madeirenses pontificaram nas tertúlias literárias metropolitanas, como, por exemplo, Domingos de Sá Marques e o Cónego João Rodrigues Oliva, membros da “Academia dos Anónimos” e Ferreira de Vasconcelos, um dos melhores poetas da “Fénix Renascida”.

O primeiro historiador madeirense que se debruçou sobre a historiografia da ilha, foi Jerónimo Dias Leite, autor do Descobrimento da Ilha da Madeira , livro só publicado em 1947.

Outros autores madeirenses: João Gomes da Ilha, Duarte Brito, António de Carvalhal Esmeraldo, Francisco Álvares da Nóbrega, Baltazar Dias, Albino de Meneses, Edmundo de Bettencourt, João de Brito Câmara, Herberto Hélder e António Pestana.

Dos que não sendo madeirenses, mas escreveram sobre esta ilha maravilhosa banhada pelo Atlântico, o primeiro e maior foi Camões. E depois deste, Bulhão Pato, Teixeira Gomes, Brito Camacho, Raul Brandão, Ferreira de Castro, Luís Forjaz Trigueiros, António Nobre, Fernando Pessoa, etc.

Terminamos com os nomes dos madeirenses Horácio Bento de Gouveia, cultor do romance regional, João Gouveia, autor de Atlante e considerado o melhor poeta da Ilha no seu tempo; Jaime Câmara e Cabral do Nascimento, este, autor de Digressão (1953).




Fonte: Dicionário da Literatura Portuguesa



1 comentário:

  1. Um lugar lindo e mágico, resto de uma civilização esplendorosa que se foi com o mar!!

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