Diogo do Couto
(Lisboa,
Portugal, 1542 - Goa, Índia, 1616).
Passou quase toda a vida no
Oriente, para onde partiu muito jovem, tendo regressado ao Reino em 1569, na
mesma nau que trouxe o seu «matalote e amigo» Luís de Camões. Mas, tendo
recebido, em 1595, a nomeação de cronista-mor do Reino, de novo partiu para Goa
como guarda-mor do Arquivo Histórico da Índia.
Como continuador da Ásia de João de Barros, escreveu as
décadas IV a XII, em que revela notáveis dons de historiador, recorrendo às
fontes oficiais e privadas e analisando-as à luz de um método objectivo.
A descrição rigorosa dos
acontecimentos, a que procede, não foge à verdade dos factos: ao mesmo tempo
que eleva as gestas portuguesas do Oriente, no período de 1540 a 1600, o autor
não receia criticar os desvios da administração e a fraqueza dos governantes,
pondo em causa os que não haviam sabiam manter o ambiente de glória da primeira
fase da expansão no Oriente.
Por tal motivo, tanto nas Décadas, como no Soldado Prático, Diogo do Couto aparece como o historiador da
decadência no período em que a chama imperial começava a empalidecer.
Pelo
desassombro da narrativa e porque nela feria interesses das velhas famílias da
Índia portuguesa, Diogo do Couto sofreu dissabores: a Década IV, por acto
criminoso, ardeu na tipografia; as Décadas VII, VIII e IX foram roubadas tendo o autor
que refazer os manuscritos das duas primeiras; a XI
perdeu-se por completo; e a XII ficou inacabada.
No entanto, as Décadas conhecidas são título de sobejo
para avaliar da seriedade do seu labor e do mérito historiográfico da obra.
Fonte: Enciclopédia da
Cultura
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