terça-feira, 5 de abril de 2016

DIOGO DO COUTO - Historiador







Diogo do Couto (Lisboa, Portugal, 1542 - Goa, Índia, 1616).

Passou quase toda a vida no Oriente, para onde partiu muito jovem, tendo regressado ao Reino em 1569, na mesma nau que trouxe o seu «matalote e amigo» Luís de Camões. Mas, tendo recebido, em 1595, a nomeação de cronista-mor do Reino, de novo partiu para Goa como guarda-mor do Arquivo Histórico da Índia.

Como continuador da Ásia de João de Barros, escreveu as décadas IV a XII, em que revela notáveis dons de historiador, recorrendo às fontes oficiais e privadas e analisando-as à luz de um método objectivo.

A descrição rigorosa dos acontecimentos, a que procede, não foge à verdade dos factos: ao mesmo tempo que eleva as gestas portuguesas do Oriente, no período de 1540 a 1600, o autor não receia criticar os desvios da administração e a fraqueza dos governantes, pondo em causa os que não haviam sabiam manter o ambiente de glória da primeira fase da expansão no Oriente.

Por tal motivo, tanto nas Décadas, como no Soldado Prático, Diogo do Couto aparece como o historiador da decadência no período em que a chama imperial começava a empalidecer. 

Pelo desassombro da narrativa e porque nela feria interesses das velhas famílias da Índia portuguesa, Diogo do Couto sofreu dissabores: a Década IV, por acto criminoso, ardeu na tipografia; as Décadas VII, VIII e IX foram roubadas tendo o autor que refazer os manuscritos das duas primeiras; a XI perdeu-se por completo; e a XII ficou inacabada. 

No entanto, as Décadas conhecidas são título de sobejo para avaliar da seriedade do seu labor e do mérito historiográfico da obra.




Fonte: Enciclopédia da Cultura


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